Notícia
BE regista "grande encontro de ideias" entre Montenegro e Governo do PS
"Neste momento, o grande problema do país e a grande crise com que estamos deparados é a crise da inflação, e quando falamos dos salários, que são cada vez mais curtos, porque os preços estão cada vez mais altos, Luís Montenegro não tem uma palavra a dizer. Porquê? Porque concorda em absoluto com António Costa, de manter os salários em perda face à subida dos preços", declarou Catarina Martins.
03 de Julho de 2022 às 20:29
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou hoje que o discurso do novo presidente do PSD, Luís Montenegro, aponta para "um grande encontro de ideias" com o Governo do PS e afirmou que, assim, "é difícil fazer oposição".
"Ouvi o discurso de Luís Montenegro e registei um grande encontro de ideias entre o que defende o PSD e o que está a fazer o Governo do Partido Socialista e António Costa", disse Catarina Martins, numa conferência de imprensa em Lisboa, para apresentação das conclusões da Mesa Nacional do BE.
Questionada sobre o congresso do PSD, que decorreu no Porto, e sobre se a liderança de Luís Montenegro será uma reedição às políticas do antigo presidente do partido Pedro Passos Coelho, a bloquista recusou comentar a política interna do PSD, por considerar que "não teria nenhum sentido", mas fez uma análise ao discurso do novo presidente dos sociais-democratas, inclusive à ausência de respostas à crise provocada pela inflação.
"Neste momento, o grande problema do país e a grande crise com que estamos deparados é a crise da inflação, e quando falamos dos salários, que são cada vez mais curtos, porque os preços estão cada vez mais altos, Luís Montenegro não tem uma palavra a dizer. Porquê? Porque concorda em absoluto com António Costa, de manter os salários em perda face à subida dos preços", declarou Catarina Martins.
A líder do BE criticou ainda o novo presidente do PSD por não ter apresentado medidas para controlar os preços, quando as empresas de energia, distribuição e telecomunicações têm registado "lucros milionários".
"Luís Montenegro também não disse nada sobre isso. Porquê? Presume-se, porque concorda em absoluto com o que está a fazer o Governo de António Costa", reforçou.
A bloquista defendeu que "essa é a grande fragilidade da direita" face à crise da inflação", uma vez que "o PSD tem, exatamente, a mesma resposta que o PS, nem quer subir salários, nem quer controlar preços".
Sobre como será a forma de fazer oposição por parte da nova liderança do PSD, inclusive se será semelhante à de Pedro Passos Coelho, Catarina Martins disse que vai aguardar para ver, manifestando para já uma dificuldade: "É que quando se apresenta o mesmo programa é difícil fazer oposição".
Relativamente à posição de Luís Montenegro contra um referendo sobre a regionalização em 2024, a coordenadora do BE afirmou que "o país já devia ter feito há muito tempo".
O novo presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje que um referendo sobre a regionalização em 2024, com a atual situação, será "uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro", avisando que se o Governo decidir avançar será sozinho.
Catarina Martins explicou que o referendo está previsto na Constituição, que "afirma, claramente, que Portugal terá de ter um processo de regionalização", afirmando que tal deve ser cumprido.
"Podemos continuar a adiar a discussão ou podemos fazer aquilo que o país já devia ter feito há muito tempo, que é avançar com um processo democrático de discutir a sua organização e poder ter um processo de regionalização que corresponda às necessidades da população", expôs.
No encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro começou por criticar "o logro" que tem sido o processo de descentralização, cuja "responsabilidade é exclusivamente do Governo".
"Ouvi o discurso de Luís Montenegro e registei um grande encontro de ideias entre o que defende o PSD e o que está a fazer o Governo do Partido Socialista e António Costa", disse Catarina Martins, numa conferência de imprensa em Lisboa, para apresentação das conclusões da Mesa Nacional do BE.
"Neste momento, o grande problema do país e a grande crise com que estamos deparados é a crise da inflação, e quando falamos dos salários, que são cada vez mais curtos, porque os preços estão cada vez mais altos, Luís Montenegro não tem uma palavra a dizer. Porquê? Porque concorda em absoluto com António Costa, de manter os salários em perda face à subida dos preços", declarou Catarina Martins.
A líder do BE criticou ainda o novo presidente do PSD por não ter apresentado medidas para controlar os preços, quando as empresas de energia, distribuição e telecomunicações têm registado "lucros milionários".
"Luís Montenegro também não disse nada sobre isso. Porquê? Presume-se, porque concorda em absoluto com o que está a fazer o Governo de António Costa", reforçou.
A bloquista defendeu que "essa é a grande fragilidade da direita" face à crise da inflação", uma vez que "o PSD tem, exatamente, a mesma resposta que o PS, nem quer subir salários, nem quer controlar preços".
Sobre como será a forma de fazer oposição por parte da nova liderança do PSD, inclusive se será semelhante à de Pedro Passos Coelho, Catarina Martins disse que vai aguardar para ver, manifestando para já uma dificuldade: "É que quando se apresenta o mesmo programa é difícil fazer oposição".
Relativamente à posição de Luís Montenegro contra um referendo sobre a regionalização em 2024, a coordenadora do BE afirmou que "o país já devia ter feito há muito tempo".
O novo presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje que um referendo sobre a regionalização em 2024, com a atual situação, será "uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro", avisando que se o Governo decidir avançar será sozinho.
Catarina Martins explicou que o referendo está previsto na Constituição, que "afirma, claramente, que Portugal terá de ter um processo de regionalização", afirmando que tal deve ser cumprido.
"Podemos continuar a adiar a discussão ou podemos fazer aquilo que o país já devia ter feito há muito tempo, que é avançar com um processo democrático de discutir a sua organização e poder ter um processo de regionalização que corresponda às necessidades da população", expôs.
No encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro começou por criticar "o logro" que tem sido o processo de descentralização, cuja "responsabilidade é exclusivamente do Governo".