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"Atropelo" nos discursos causa incómodo entre PSD e CDS

Acordo prévio entre os partidos não impediu que Cristas e Passos acabassem a disputar os directos televisivos no fim-de-semana. Orçamento do Estado e eleições autárquicas são outros campos de disputa entre os anteriores parceiros governativos.

João Nuno Pepino
05 de Setembro de 2016 às 09:39
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As iniciativas da rentrée política do PSD e do CDS, assinalada este domingo, 4 de Setembro, ficaram marcadas por uma descoordenação de horários entre os dois partidos, que fez com que Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas discursassem à mesma hora e disputassem assim o espaço mediático.

 

Segundo o jornal i, ao falarem quase ao mesmo tempo no encerramento da Universidade de Verão (UV) do PSD e da Escola de Quadros do CDS, romperam o que tinha sido combinado previamente entre os dois partidos, "deixando os centristas com a sensação de que a direita queimou cartuchos". O partido já agendou um novo comício para o próximo sábado, 10 de Setembro, em Oliveira do Bairro.

 

O entendimento entre os antigos parceiros de Governo previa que Cristas começasse a falar às 12:15 e meia hora depois arrancasse a intervenção de Passos. No entanto, os discursos que antecederam o do presidente social-democrata – o de Carlos Coelho, reitor da UV, e Simão Ribeiro, líder da JSD - foram mais curtos do que o previsto. Em resultado desta antecipação, os directos das televisões desviaram a antena para Castela de Vide.

 

A própria data para a qual foram agendadas as iniciativas das respectivas "jotas", no mesmo fim-de-semana, já tinha agitado a relação entre os dois partidos que concorreram coligados às últimas eleições legislativas, realizadas há menos de um ano. Segundo o DN, que relata também o desconforto na equipa de Cristas, este "pormenor" é um sinal que "a direita está com dificuldades em entender-se".

 

O mesmo jornal lembra os episódios recentes da corrida autárquica em Lisboa – o CDS avançou com o nome de Assunção Cristas, terá proposto uma aliança, mas o PSD rejeitou essa hipótese – e também as estratégias diferentes para o debate do Orçamento do Estado para 2017. É que Passos Coelho já rejeitou entrar em negociações, enquanto Assunção Cristas apresentou já propostas para o documento orçamental, como um crédito fiscal reforçado para o investimento.

 

Ainda assim, os líderes dos dois principais partidos da direita parecem continuar alinhados no combate à solução governativa liderada pelo PS, com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e PEV. Passos insistiu que ela está condenada ao "fiasco e ao fracasso", sublinhando que esses partidos só se entendem para gerir o dia-a-dia e qualquer reforma provoca desentendimentos, enquanto Cristas avisou que é ao bolso da classe média que a "esquerda unida" vai buscar o dinheiro, acusando "os campeões dos pedidos de demissão" de estarem "agora caladinhos", para não "interromper a festança das esquerdas".

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