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Costa justifica quebra de investimento com "choque de empobrecimento brutal"

O primeiro-ministro justificou a continuada quebra do investimento enquanto resultado do "choque de empobrecimento brutal" decorrente da governação da direita. Costa respondeu a Passos afiançando que o défice ficará abaixo dos 2,5%.

02 de Setembro de 2016 às 14:10
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Ao largo das Berlengas primeiro, e depois já na Ilha das Berlengas, António Costa defendeu esta sexta-feira, 2 de Setembro, que a tendência de queda dos níveis de investimento é um resultado natural do "choque de empobrecimento brutal" que resultou dos quatro anos de governação PSD-CDS.

 

Apesar de na quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revisto em alta – de 0,8% para 0,9% - o crescimento homólogo do PIB no segundo trimestre, os dados divulgados confirmaram que a descida do investimento entre Abril e Junho (-3,1%) foi mais acentuada do que havia sido nos primeiros três meses do ano (-1,7%).

 

Ora, a oposição aproveitou estes números para criticar o Governo pelo facto de estar a "conduzir a economia à estagnação", nas palavras da deputada social-democrata Maria Luís Albuquerque. Já a líder do CDS, Assunção Cristas, lamentou o crescimento económico anémico.

 

Porém, para António Costa a quebra dos níveis de investimento resulta da governação anterior e dos últimos dois anos em que os fundos comunitários estiveram "paralisados". O primeiro-ministro tentou contrariar a ideia propalada pelo PSD e pelo CDS argumentando que desde o início deste ano já chegaram às empresas "mais de 200 milhões de euros" do quadro comunitário. E garantiu que até ao final do ano serão "450 milhões de euros".

 

"Estamos agora a tentar recuperar o tempo perdido", explicou o também secretário-geral do PS que garante que o Executivo por si chefiado está a criar as "condições para atrair investimento", concluindo que depois do Governo de Passos Coelho "só por milagre é que haveria grande investimento".

 

Mantendo as agulhas voltadas para o presidente do PSD, António Costa voltou a criticar Passos Coelho por anunciar sistematicamente a desgraça, chegando mesmo a comparar o ex-primeiro-ministro ao "condutor de um comboio fantasma", cuja principal incumbência passa por tentar "assustar" as pessoas. "Se o doutor Passos Coelho quisesse dar algum contributo positivo era bem-vindo", atirou Costa que lamenta que o líder social-democrata tenha ficado amarrado ao passado.

 

Primeiro-ministro assegura défice abaixo de 2,5%

 

Na manhã desta sexta-feira Passos Coelho reagiu com ironia às declarações ontem proferidas pelo Presidente da República, com Marcelo Rebelo de Sousa a mostrar-se confiante de que o Governo conseguirá atingir o objectivo definido por Bruxelas de assegurar um défice orçamental de 2,5% do PIB em 2016.

 

Passos disse ficar "mais tranquilo" ao observar a confiança demonstrada pelo Presidente, para de seguida sugerir que tal se possa decorrer de Marcelo dispor "de mais informação do que eu disponho e a generalidade dos portugueses dispõe".

 

Apesar de a meta governamental para este ano se manter fixada num défice de 2,2% do PIB, António Costa afiançou hoje que independentemente desta meta ser atingida, "estaremos claramente abaixo dos 3%". O primeiro-ministro assegurou mesmo que os dados da execução orçamental permitem ao Governo estar "confortável" face à obtenção de um défice "abaixo dos 2,5%".

 

E recordando a polémica em torno da possibilidade gorada de a Comissão Europeia aplicar sanções a Portugal – e também a Espanha – por défice excessivo, António Costa sustentou que a possibilidade de o Estado português ser sancionado se deveu exclusivamente à "incapacidade do anterior Governo" em "cumprir as metas do défice".

 

Em jeito de balanço pós-rentrée, o líder socialista aproveitou para lembrar que desde o início da actual legislatura "as pessoas têm visto os seus rendimentos a serem recuperados", com Costa a admitir que gostaria que estes tivessem um maior aumento, embora isso não tenha sido ainda possível para "não perdermos aquilo que já conquistámos".

 

Costa notou também que "o emprego está agora a subir", concluindo que apesar de "o PSD só dizer que a ‘crise vem aí’", o Executivo não dará à direita "o gosto de que a crise venha aí".

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