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Agitação no PSD: Santana sai e Duarte quer correr com Rio

Rio enfrenta dupla frente de ataque: sete meses depois ter conquistado o PSD, surge o primeiro rival a assumir que quer substituí-lo "tão cedo quanto possível". Sete meses depois de Santana ter perdido a batalha pelo PSD, anuncia que vai formar um novo partido.

# Porque Entra - Rui Rio surge pela primeira vez no 'top 50' dos poderosos da economia portuguesa depois de avançar com a candidatura à presidência do PSD e vencer as eleições directas, em Janeiro deste ano, contra Pedro Santana Lopes, com 54% dos votos. No primeiro meio ano no cargo já fez acordos latos com o Governo em matérias como a descentralização e os fundos comunitários, e 'deu a mão' ao PS na aprovação parlamentar das alterações à legislação laboral e da Lei das Finanças Locais.
Miguel Baltazar
04 de Agosto de 2018 às 15:57
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Enquanto o país estorrica ao sol, no PSD o calor também é intenso mas por outras razões: num só dia, soube-se que Santana vai mesmo sair do PSD e que Pedro Duarte quer tirar Rio da liderança do partido.

Segundo avançou o Observador, Pedro Santana Lopes comunicou, esta sexta-feira à tarde, ao presidente e ao secretário-geral do PSD a sua decisão de abandonar o partido no qual milita há 40 anos. Na carta, a que este site teve acesso e que é citada pela Lusa, Santana relembra "momentos únicos" e "extraordinários" no PSD, mas também admite a sua desilusão pelo factos das suas ideias serem ignoradas.

"Não faz sentido continuar numa organização política só porque já estamos há muito, ou porque em tempos alcançamos vitórias e concretizações extraordinárias se, no passado e no tempo que importa, no tempo presente, não conseguimos fazer vingar ideias e propostas que consideramos cruciais para o bem do nosso país", escreve o antigo presidente do partido, que foi também primeiro-ministro durante alguns meses.

 

Sete meses depois de se ter candidatado à liderança do PSD e perdido para Rui Rio com 46% votos, Santana assume abertamente que a sua intenção agora é formar um novo partido para "dar força à alternativa de que Portugal precisa para substituir a maioria de esquerda".  

 

No mesmo dia, surgiu publicamente um novo rival interno de Rui Rio. O antigo presidente da JSD e ex-director de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa veio desafiar a liderança do PSD numa entrevista concedida ao semanário Expresso. "O PSD, tão cedo quanto possível, deve mudar de estratégia de liderança", defende Pedro Duarte. "O PSD desistiu de apresentar uma alternativa ao PS e está empenhado em substituir o BE e o PCP no apoio ao governo socialista", argumenta, repetindo uma crítica frequente a Rui Rio, que tem chegado a vários entendimentos com o PS de António Costa.  

 

Quanto à possibilidade de avançar contra Rui Rio, Pedro Duarte é muito claro: "sim. Estou preparado para liderar uma nova estratégia no PSD e uma nova esperança para o país, em nome do interesse nacional".

Para o antigo líder da JSD, está em causa a legitimidade política de Rio para seguir a actual estratégia. "Não peço a Rui Rio que mude as suas convicções. Coisa diferente é ele ter sentido democrático e submeter essa sua visão ao sufrágio de quem ele tem de representar, tendo em conta que não foi isto que o PSD sufragou há poucos meses. Eu não contesto a sua legitimidade formal, mas contesto a legitimidade política", afirma.

 

Divisões preocupam Marcelo


Pouco depois, já Marcelo Rebelo de Sousa, comentava as movimentações no PSD. "Para mim o partido é uma família e não se muda uma família, mas tenho grandes amigos que pensam o contrário, que é uma opção como outra qualquer e que se muda de partido quando se entende que já não corresponde àquilo que se pretende. Eu tenho uma visão diferente", disse Marcelo de Rebelo de Sousa, em declarações à SIC Noticias.

 

Esclarecendo que tanto a saída de Santana Lopes como a decisão de Pedro Duarte de disputar a liderança são questões internas do PSD e que o Presidente não pode nem deve imiscuir-se na vida dos partidos, Marcelo admitiu que estas movimentações o deixam apreensivo. "O que me preocupa", disse em declarações à SIC Notícias, "é que a oposição não se fragmente, que deixe de ser uma alternativa de poder", referiu, citado pela Lusa.

 

 

 

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