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Yellen apela a cautela na subida dos juros

Após a subida dos juros em Dezembro, muito se tem falado sobre quando a instituição monetária dos EUA voltará a fazê-lo. Mas a presidente da Fed veio agora apelar a cautela, até porque a margem para mais estímulos é reduzida.

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Janet Yellen on Volatile Markets, Global Economy
29 de Março de 2016 às 17:56
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A Reserva Federal dos EUA subiu a taxa de juro de referência em Dezembro, a primeira vez em quase uma década. Três meses depois, vários responsáveis do banco central já defenderam novas revisões em alta. Mas Janet Yellen aconselha cautela, pois há menos margem para mais estímulos.

"Considero apropriado que o Comité [Federal do Mercado Aberto, ou FOMC] proceda cautelosamente no ajustamento da política monetária", defendeu Janet Yellen esta terça-feira, 29 de Março, num fórum em Nova Iorque. Para a presidente da Fed, "esta cautela é especialmente aconselhada dado que, com a taxa de referência tão baixa [entre 0,25% e 0,50%], a capacidade de o FOMC utilizar políticas monetárias convencionais para responder a distúrbios económicos é assimétrica".

Estas declarações surgem depois de três responsáveis do banco central terem já apontado para a possibilidade de uma subida dos juros em Abril. Algo que foi visto pelos investidores como um sinal de que os responsáveis da instituição acreditam que a economia norte-americana está a evoluir de forma suficientemente positiva.

Mas Janet Yellen considera que os riscos são ainda elevados. "Um receio diz respeito ao ritmo do crescimento global, que é significativamente influenciado pelos desenvolvimentos na China", explica a presidente da Fed, reconhecendo que a segunda maior economia mundial deverá abrandar.

Além disso, a sucessora de Ben Bernanke aponta para o petróleo. Apesar de os EUA beneficiarem dos baixos preços da matéria-prima, explicou Janet Yellen, "a aparente reacção negativa dos mercados financeiros às recentes quedas nos preços do petróleo poderá, em parte, reflectir a preocupação do mercado de que o preço está a aproximar-se de um nível de stress financeiro para alguns países e empresas energéticas".

Política não está esgotada

Apesar de salientar que o FOMC deve agir só quando estiver certo da decisão, Janet Yellen salienta que o banco central poderá flexibilizar ainda mais a política monetária. "Mesmo que a taxa de referência regressasse para perto de zero, o FOMC teria ainda uma margem considerável para fornecer novos estímulos", explica a responsável.

Mas quais poderão ser essas medidas? A esta pergunta, Janet Yellen responde com experiências passadas. "Poderemos usar as abordagens que nós e outros bancos centrais aplicamos com sucesso em resposta à crise financeira", especificou a presidente da Fed, "de modo a colocar pressão adicional nas taxas de juro de longo prazo e, assim, apoiar a economia". Ou seja, concluiu, "orientação futura sobre o caminho da taxa de juro de referência e aumentos na dimensão e duração da nossa carteira de activos de longo prazo". 


As principais mensagens do discurso de Yellen
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Joseph Davis, economista-chefe da Vanguard, comenta na Bloomberg o discurso da presidente da Reserva Federal.

(Notícia actualizada às 18:33, com mais informação)

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