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Trump faz novo ataque: “O nosso problema não é a China” mas a “incompetência” da Fed
O presidente dos EUA voltou ao ataque no Twitter. E, mais uma vez, o alvo foi a Fed. Donald Trump volta a defender uma redução de juros mais agressiva, acusando o banco central de “incompetência”.
O presidente americano voltou a atacar a Reserva Federal (Fed) dos EUA esta quarta-feira, 7 de agosto, através da rede social Twitter. O tom voltou a ser agressivo, com Donald Trump a acusar a Fed de não perceber que os EUA vivem num mundo em que todos os outros países querem brilhar à sua custa. As declarações surgem num dia em que três bancos centrais atuaram como resposta à incerteza e instabilidade, provocadas essencialmente pela guerra comercial entre os EUA e a China.
"Mais três bancos centrais cortaram juros. O nosso problema não é a China – estamos mais fortes do que nunca, o dinheiro está abundante nos EUA, enquanto a China está a perder empresas aos milhares para outros países e a sua moeda está sob cerco – O nosso problema é a Reserva Federal, que é muito orgulhosa para admitir o seu erro de atuar demasiado depressa e apertar [a política monetária] demasiado (e que eu estava certo!)", salientou o presidente americano na sua conta do Twitter.
"Eles [Fed] devem cortar mais os juros e mais depressa e parar com o ridículo [programa] de aperto quantitativo AGORA. A curva da "yield" está com uma margem muito ampla e não há inflação!", sustentou.
"A incompetência é algo terrível de se ver, especialmente quando as coisas podiam ser feitas de forma muito simples. Vamos vencer de qualquer forma, mas podia ser muito mais fácil se a Fed percebesse, que não percebe, que estamos a competir contra outros países, sendo que todos querem fazer bem à nossa custa!"
....terrible thing to watch, especially when things could be taken care of sooo easily. We will WIN anyway, but it would be much easier if the Fed understood, which they don’t, that we are competing against other countries, all of whom want to do well at our expense!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 7, 2019
Estas declarações surgem no dia em que Nova Zelândia, Índia e Tailândia surpreenderam o mercado, anunciando cortes de juros que superaram as previsões, num resposta ao agravar da tensão entre os Estados Unidos e a China.
Ainda na semana passada a Fed anunciou o primeiro corte de juros em 10 anos, reduzindo em 25 pontos base o preço do dinheiro nos EUA para o intervalo 2% - 2,25%. A redução foi inferior à especulada, com muitos investidores a acreditarem que o banco central ia avançar com um corte de 50 pontos.
Além disso, Jerome Powell deixou claro que o corte anunciado não era o início de um ciclo de descidas de juros.
Esta é mais uma investida de Trump, que tem tido a Fed como um dos principais alvos, argumentando que a política monetária que está a ser implementada nos EUA está a travar a economia.
A sua postura tem sido tão ofensiva que ainda ontem quatro ex-presidentes da Fed assinaram um texto de opinião, publicado no The Wall Street Journal, em que defendem a independência da instituição.
Paul Volcker, Alan Greenspan, Ben Bernanke e Janet Yellen recordaram que estiveram no cargo "cerca de 40 anos, nomeados e confirmados por seis presidentes, democratas e republicanos", e que cada um teve de "tomar decisões difíceis para ajudar a orientar a economia para as metas atribuídas à Fed de maximizar o emprego e estabilizar os preços".