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Se o mercado sobreaquecer, a Fed poderá subir os juros
Stanley Fischer diz que a instituição monetária dos EUA poderá ter que subir os juros para acalmar os mercados. Isto porque, se os activos ficarem demasiado caros, a Fed terá que restringir ainda mais a política acomodatícia.
A Reserva Federal dos EUA poderá ter de subir a taxa de juro de referência, caso conclua que os activos norte-americanos estão demasiado caros. Uma ideia defendida por Stanley Fischer, vice-presidente da instituição monetária que, em Dezembro, subiu os juros pela primeira vez em quase uma década.
"Se os preços dos activos na economia – isto é, tendo em conta todos os mercados financeiros – forem considerados demasiado elevados, subir a taxa de juro poderá ser a medida apropriada", apontou Stanley Fischer, num discurso a 3 de Janeiro. Ainda assim, o responsável da Fed salientou que "as ferramentas macroprudenciais, em vez de ajustamentos na taxa de juro de curto prazo, devem ser a primeira linha de defesa".
Estas declarações surgem depois de, em Dezembro, o banco central norte-americano ter subido a taxa de juro de referência do mínimo histórico entre 0% e 0,25% para entre 0,25% e 0,50%. A primeira subida desde 2006 e o fim da última grande medida de expansão económica, que ainda restava da crise financeira.
O problema é que, apesar de terem sido revistos em alta, os juros continuam muito baixos, criando condições financeiras acomodatícias. Esse é mesmo o objectivo da Fed, mas vários especialistas temem que se crie uma bolha nos mercados financeiros, caso os juros continuem baixos por muito mais tempo.
Mas Stanley Fischer defendeu ainda que, neste novo ciclo de subidas dos juros, a taxa de referência deverá acabar abaixo da média histórica. O vice-presidente da Fed justifica a perspectiva com a queda da taxa de equilíbrio – aquela que, após a inflação, nem expande nem contrai a economia –, apontando factores como o mais lento crescimento da produtividade e o excesso de poupança em mercados emergentes.