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A subida das taxas de juro nos EUA pode travar as bolsas?

Com o anúncio da Fed, confirmaram-se as expectativas e os investidores começaram a fazer contas a 2016. Se as acções dos EUA deverão ser penalizadas, as praças europeias tenderão a beneficiar. Mas há riscos positivos e negativos a ter em conta.

André Tanque Jesus andrejesus@negocios.pt 30 de Dezembro de 2015 às 08:00
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Quase uma década depois, a Reserva Federal dos EUA voltou a subir a taxa de juro de referência. Do mínimo histórico entre 0% e 0,25%, a instituição liderada por Janet Yellen colocou em Dezembro os juros entre 0,25% e 0,50%. Uma decisão já muito aguardada, mas que deixou os investidores em alerta. Isto porque, após um ano de ganhos nas acções europeias e de ligeiras quedas nos EUA, todos querem saber qual será o impacto da decisão da Fed.


O Goldman Sachs analisou os ciclos de subidas dos juros nos EUA desde 1976 e o desempenho das acções europeias após a primeira revisão em alta da taxa de referência. E a conclusão é que estes títulos tendem a valorizar entre 6% e 8% no primeiro ano.

Já o Bank of America acredita que as bolsas da Zona Euro devem ser suportadas pela divergência entre as políticas monetárias. Por isso, frisa, "num contexto de crescimento mundial decente, mas não óptimo, pensamos que as acções europeias podem registar retornos de 10% em 2016". E o Citi destaca: "o ritmo dos lucros ainda é razoável e o banco central ainda está a aplicar estímulos".

Do outro lado do Atlântico, as perspectivas são negativas. A subida dos juros "deve marcar o fim de seis anos consecutivos" de um melhor desempenho das acções dos EUA, aponta o Citi. E o Société Générale explica que "deverão registar piores desempenhos, graças ao fim da política monetária super-acomodatícia, combinada com a fraca liquidez".

Ainda assim, o Bank of America defende que a tendência actual vai continuar "a beneficiar as grandes empresas face às pequenas", com o Goldman Sachs a preferir mesmo o S&P 100 ao S&P 500. Especificamente, conclui, "empresas de 'elevada qualidade' e empresas com maior exposição a vendas domésticas".
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