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Pimco: BCE não terá margem para subidas acentuadas dos juros
Andrew Bosomworth, da Pimco, afirma que o BCE vai começar a restringir a política monetária precisamente quando se prevê um abrandamento da economia dos EUA. O responsável considera, por isso, que o banco central não terá muita margem para subir os juros de forma acentuada, mantendo-os perto de zero.
O Banco Central Europeu (BCE) está a dar sinais de que vai começar a normalizar a política monetária através do aumento das taxas de juro. Contudo, para a Pimco, o banco central liderado por Mario Draghi manterá as taxas perto de zero, uma vez que vai começar a restringir na altura em que é esperado um abrandamento da economia norte-americana.
"Não penso que a Europa se vá afastar muito de zero [nas taxas de juro]", afirma Andrew Bosomworth, da Pimco, à Bloomberg. Isto porque haverá uma "janela temporal muito curta durante a qual a Reserva Federal dos EUA vai estar a aguardar, a Europa pode continuar a crescer e o BCE a normalizar antes de ter início um abrandamento" da economia dos EUA, acrescentou.
Depois de crescer 4,2% no segundo trimestre deste ano - o maior crescimento desde 2014 -, a economia norte-americana avançou 3,5%, em termos homólogos, no terceiro trimestre deste ano. Mas prevê-se que este crescimento modere no próximo ano, à medida que aliviam os efeitos do corte de impostos de Donald Trump e que as tarifas comerciais e a valorização do dólar pesam na economia.
"Assim que o vento do outro lado do Atlântico começar a soprar de uma forma menos favorável, vai afectar todos os indicadores da Europa", disse ainda Andrew Bosomworth.
Os investidores esperam que o BCE suba as taxas de juro, que estão actualmente em mínimos históricos, no final do próximo ano. Já Bosomworth prevê que o primeiro passo será subir a taxa de depósitos em 15 pontos base face aos actuais 0,4%.
Draghi irá, depois, subir todas as taxas em conjunto, elevando a taxa de referência em um quarto percentual face aos actuais 0%, refere o responsável da Pimco.