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Lagarde avisa: Governos devem começar a retirar apoios contra subida de preços da energia

Com os preços da energia a abrandar, a presidente do BCE entende que os governos da Zona Euro devem começar a pensar em retirar os apoios que lançaram em 2022 para mitigar os efeitos da subida dos preços energéticos. Economia está mais resiliente do que o esperado, mas pressões inflacionistas ainda são fortes, considera.

Reuters
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Com os preços da energia a começarem a descer e com uma crise energética profunda na Zona Euro já fora do horizonte, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) defende que os governos devem começar a retirar os apoios lançados para mitigar os efeitos da subida de preços na energia. 


"À medida que a crise energética se torna menos aguda, é importante começar agora a reverter as medidas de apoio, em linha com a queda dos preços da energia e de forma concertada", afirmou Christine Lagarde, nesta quinta-feira, 2 de fevereiro.


A líder do BCE falava em conferência de imprensa após o Conselho de Governadores que decidiu aumentar as taxas de juro em 50 pontos base agora e em março. 


Questionada sobre o tema, Lagarde respondeu: "Não é pedir aos governos que parem agora. Mas têm claramente de alinhar o seu apoio orçamental com o preço da energia ao nível da distribuição". 


A banqueira central defendeu o início da retirada das medidas numa altura em que a economia da Zona Euro se tem mostrado, considerou, "mais resiliente do que o esperado", tanto no último trimestre de 2022 como no arranque deste ano. Embora tenha evitado a contração, a economia da Zona Euro está praticamente estagnada. "Mas deve recuperar nos próximos trimestres", avançou a presidente do BCE.


Ao mesmo tempo, Lagarde destacou a recente queda da inflação nos bens energéticos, considerando que isso também vai "aliviar a perda de poder de compra que muitos experienciaram" em 2022. Nesse sentido, repetiu que as medidas de apoio devem ser "temporárias, direcionadas e desenhadas para que se consuma menos energia". 


"Quaisquer medidas que falhem estes objetivos podem alavancar as pressões inflacionistas de médio prazo, o que pode exigir uma resposta da política monetária mais forte", insistiu, tal como tem feito no passado, Christine Lagarde.


A presidente do BCE lembrou ainda que o enquadramento de governação económica da União Europeia, que defende que as políticas orçamentais devem ser orientadas para tornar a economia mais produtiva e para descer gradualmente a dívida pública. "Nesse sentido, os governos devem implementar os seus planos de investimento e de reformas estruturais no âmbito do Next Generation EU". 


Pressões sobre os preços continuam fortes


Embora a subida de preços tenha abrandado mais do que o esperado em janeiro, o Conselho de Governadores do BCE olhou para outros indicadores da inflação subjacente. "As pressões sobre os preços continuam fortes, parcialmente porque os preços elevados da energia se estão a espalhar pela economia", resumiu Lagarde. 


A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens energéticos e alimentares, considerados mais voláteis, foi de 5,2% em janeiro, e a inflação dos bens não industriais subiu para 6,9%. "Outros indicadores da inflação subjacente também estão elevados", considerou.


Por outro lado, Christine Lagarde admitiu que "as medidas para compensar as famílias pela subida elevada dos preços da energia vão baixar a inflação em 2023". Mas avisou que "espera-se que aumentem a inflação depois de serem levantadas". 


Ao mesmo tempo, a escala de alguma destas medidas "depende da evolução dos preços energéticos e a sua contribuição para a inflação é particularmente incerta", disse. Ainda assim, frisou, os indicadores de mercado sugerem que os preços da energia nos próximos anos "vão ser significativamente mais baixos" do que o esperado pelo BCE em dezembro. 

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