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BCE sobe taxas de juro em mais 50 pontos base. Avança que vai repetir em março
A autoridade liderada por Christine Lagarde defende que juros mais altos vão reduzir a inflação, ao refrear a procura, e proteger contra o risco de uma persistente deslocação das expectativas de inflação.
"O Conselho do BCE prosseguirá a trajetória de subida significativa das taxas de juro a um ritmo constante e mantê-las-á em níveis suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo. Nessa conformidade, o Conselho do BCE decidiu hoje proceder a um aumento de 50 pontos base das três taxas de juro diretoras do BCE, as quais espera continuar a aumentar", começou por explicar em comunicado.
"Atendendo às pressões sobre a inflação subjacente, o Conselho do BCE tenciona aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na próxima reunião dedicada à política monetária, em março, e avaliará então a trajetória subsequente da política monetária", avançou, defendendo que manter as taxas de juro em níveis restritivos "reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação".
Ao longo de 2022, o BCE subiu as taxas de juro – pela primeira vez desde 2011 – quatro vezes, num total de 200 pontos-base. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) recuou em janeiro, mas está ainda em 8,5% (face a 9,2% em dezembro). Já a inflação subjacente, que permite medir o nível de enraizamento da inflação na economia, está em 7%.
A par da decisão sobre os juros, o Conselho do BCE decidiu também sobre as modalidades de redução da compra de dívida no âmbito do programa de compra de ativos (APP). O banco central tinha já avançado, em dezembro, que iria reduzir a carteira do APP diminuirá, em média, 15 mil milhões de euros por mês, a partir do princípio de março até ao final de junho de 2023. Explica agora como irá funcionar.
"Os reinvestimentos parciais serão realizados, de um modo geral, em conformidade com a prática atual. Mais especificamente, os montantes de reinvestimento remanescentes serão afetados de forma proporcional à quota-parte de reembolsos de cada um dos programas que constituem o APP e, no contexto do programa de compra de ativos do setor público (public sector purchase programme – PSPP), de forma proporcional aos reembolsos por jurisdição e por emitentes nacionais e supranacionais", aponta.
Quanto às aquisições de obrigações de empresas, os reinvestimentos "privilegiarão mais fortemente" emitentes com um melhor desempenho climático. "Sem prejuízo do objetivo do BCE de estabilidade de preços, esta abordagem apoiará a descarbonização gradual das posições do Eurosistema em obrigações do setor empresarial em consonância com as metas do Acordo de Paris", acrescenta o BCE.
(Notícia atualizada às 13:30)