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Gentiloni: "Os efeitos do apertão do BCE estão a tornar-se visíveis"

Comissão Europeia começa a ver os efeitos das subidas das taxas de juro pelo BCE na Zona Euro. Paolo Gentiloni admite que pode ter um efeito negativo na economia, mas destaca o impacto positivo, ou seja, contribuir para travar a inflação.

Lusa_EPA
13 de Fevereiro de 2023 às 10:32
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O comissário europeu com a pasta dos Assuntos Económicos, Paolo Gentiloni, considerou que os efeitos do apertão das políticas monetárias do Banco Central Europeu (BCE) estão a tornar-se visíveis, apoiando também a redução da inflação da Zona Euro.

"Os efeitos do apertão do BCE estão a tornar-se visíveis", afirmou o comissário nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, quando apresentava as previsões de Inverno da Comissão Europeia.

Gentiloni apontou depois o "aumento acentuado" dos custos de financiamento das famílias e das empresas da Zona Euro em 2022, ao mesmo tempo que os novos empréstimos bancários começaram a descer acentuadamente, primeiro para as famílias e "mais recentemente" para as empresas. 

"A inflação atingiu o pico no último trimestre de 2022", afirmou o comissário. No entanto, Gentiloni justificou a queda com o "declínio acentuado nos preços de energia" que levou a inflação geral a abrandar para 10% na Zona Euro no último trimestre do ano passado. No entanto, a inflação subjacente (que retira da equação os preços mais voláteis, da energia e dos bens alimentares, e que por isso é considera a inflação 'crítica') continuou a crescer em dezembro, "implicando um resultado para o último trimestre mais elevado do que o esperado". 

Questionado depois pelos jornalistas se a subida das taxas de juro pelo BCE pode também ser um risco para a economia da Zona Euro, Gentiloni começou por responder que "avaliar os riscos [das previsões] é sempre difícil e escorregadio".

"Do meu ponto de vista, o principal risco para estas previsões baseia-se nas tensões geopolíticas, sobretudo quanto à evolução da guerra", respondeu, admitindo que todos esperam que a guerra acabe o mais rapidamente possível, embora "não seja fácil de prever isso agora". E, considerou, "isso dá à economia, aos investidores, às empresas e às famílias um nível elevado de incerteza". 

Por outro lado, Gentiloni concordou com os impactos de agravar as condições de financiamento da economia. "Eu acho que há consequências de um aperto da política monetária, mas [também] há um aspeto positivo que é o contributo para reduzir a inflação", sublinhou. Por isso, resumiu, o risco da alteração da política monetária "é, no geral, equilibrado".

Também relativamente ao próximo inverno, o comissário preferiu destacar o impacto positivo que as alterações no abastecimento energético na UE podem ter. "Podemos ter um inverno difícil em termos energéticos, mas ao mesmo tempo mostrámos, este inverno, que fomos capazes de responder juntos a estes problemas", começou por dizer. "Se a discussão do mercado elétrico, as compras comuns de energia, se as nossas iniciativas se mostrarem mais efetivas isso também pode ter um impacto positivo na economia", afirmou Gentiloni.

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