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Hammond assegura independência do BoE apesar de críticas de May

O ministro britânico das Finanças assegurou que a política monetária é para manter e que o Banco Central de Inglaterra continuará independente. Hammond respondeu assim às críticas feitas pela primeira-ministra contra os efeitos colaterais decorrentes das taxas de juro muito baixas.

Philip Hammond, ministro dos Negócios Estrangeiros
Reuters
19 de Outubro de 2016 às 15:49
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Presente esta quarta-feira, 19 de Outubro, no Comité do Tesouro, na câmara baixa do Parlamento britânico, o ministro inglês das Finanças, Philip Hammond, assegurou que o Executivo chefiado por Theresa May não planeia reduzir o nível de independência do banco central do país (BoE), designadamente a sua capacidade para determinar as políticas monetárias do Reino Unido.

 

Citado pela agência Reuters, Hammond afiançou mesmo que "não haverá mudanças na política monetária", rebatendo assim as dúvidas que surgiram depois de no início do presente mês a primeira-ministra May ter criticado os efeitos colaterais provocados por vários anos de taxas de juro muitos baixas.


Em 5 de Outubro último, Theresa May disse que as baixas taxas de juro, assim como o programa de compra de activos promovido pelo BoE, prejudicaram os aforradores e o incentivo ao aforro, embora a primeira-ministra tenha então salvaguardado não pretender, com estas declarações, influenciar a autoridade monetária britânica.

 

"A política monetária é determinada de forma independente, e vai continuar a ser assim. O Comité de Políticas Monetárias vai continuar a tomar as decisões em matéria de taxas de juro e recomendações acerca de políticas monetárias não-convencionais", prosseguiu o responsável pelas Finanças do Reino Unido, cargo assumido em Julho na sequência da remodelação governamental promovida depois da vitória do Brexit no referendo britânico.

 

Numa altura em que prossegue a intervenção de Philip Hammond na câmara dos Comuns, o ministro sucessor de George Osborne também já abordou a questão do Brexit, defendendo que nas conversações sobre a saída da União Europeia (UE) o Governo britânico deve manter em aberto o máximo de possibilidades.

 

"Manter em cima da mesa tantas opções quanto possível" é a fórmula a seguir por Londres para garantir que as negociações em torno do Brexit sejam sucedidas, disse Hammond que defende ainda que estas conversações devem ser "secretas". Além de que Hammond sustenta que se o Governo realizasse um debate público sobre o Brexit isso prejudicaria a posição negocial de Londres face a Bruxelas.


Reconhecendo que a "incerteza é o grande desafio" do processo relativo ao Brexit, o governante revelou ter conversado com diversas instituições financeiras – sector que será dos mais penalizados com uma hipotética exclusão do Reino Unido do mercado único europeu – que, por sua vez, lhe sugeriram como alternativa um "período de transição" que permitisse ajustar as diferentes realidades, pré e pós-Brexit.

 

Em relação às mormente apontadas como principais alternativas relativamente ao abandono do mercado único europeu – que pressupõe quatro liberdades de movimentos: capitais, bens, serviços e pessoas -, designadamente acordos de comércio com países da UE, Hammond garantiu que alcançar os mesmos "não levaria anos".

 

Ou seja, Philip Hammond não considera que a negociação de acordos paralelos com os Estados-membros da UE obrigaria a anos de incerteza, sendo que o ministro admita que o Tesouro britânico está já a olhar para as implicações resultantes da aplicação das tarifas da Organização Mundial do Comércio (OMC) com que a economia do Reino Unido teria de lidar se a saída da UE se desse segundo o modelo chamado de "hard Brexit" (saída sem acordos intermédios com Bruxelas).

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