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Fed: Riscos de cortar juros demasiado cedo sobrepõem-se aos de cortar mais tarde

Os responsáveis do banco central dos Estados Unidos querem mais dados que comprovem uma descida sustentada da inflação e defendem que os riscos de cortar os juros de referência demasiado cedo são superiores ao de cortar mais tarde.

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana, sinalizou que os decisores irão manter-se dependentes de dados económicos e avaliar a evolução do mercado laboral.
Elizabeth Frantz/Reuters
Diogo Mendo Fernandes diogofernandes@negocios.pt 21 de Fevereiro de 2024 às 19:41
A maioria dos responsáveis da Reserva Federal norte-americana alertou em janeiro para os riscos de um corte das taxas de juro de referência demasiado cedo, que superam os de manter os juros elevados durante demasiado tempo.

"A maioria dos participantes notaram os riscos de um alívio demasiado rápido da política monetária e enfatizaram a importância de avaliar cuidadosamente os novos dados para definir se a inflação está a descer de forma sustentada para a meta dos 2%", referem.

Foi esta a principal mensagem transmitida pelos decisores, responsáveis por definir a política monetária da maior economia mundial, que se pode ler nas atas da última reunião de política monetária que terminou a 31 de janeiro e que foram publicadas esta quarta-feira.

Na altura, o Comité Federal de Mercado Aberto optou por deixar os juros num intervalo entre os 5,25% e os 5,5%.

As minutas dão conta de que os decisores da Fed se mantêm atentos à trajetória da inflação e alguns membros mostraram preocupação de que o progresso no combate à elevada inflação poderá estagnar.

Os responsáveis foram unânimes em afirmar que os juros de referência já atingiram o pico, mas abstiveram-se de realizar estimativas sobre quando poderá acontecer a primeira redução de juros. De uma forma geral, a retórica de que são necessários mais dados que comprovem uma descida sustentada dos preços mantém-se atual.

Uma minoria de participantes "alertaram para a incerteza associada a quanto tempo a posição de uma política monetária restritiva terá de ser mantida".

Sobre o balanço do banco central, os responsáveis urgiram o Comité a começar a discutir uma "eventual decisão" para uma redução de ativos, na próxima reunião de política monetária, que se realiza nos dias 19 e 20 de março.

Já relativamente aos "stresses" da banca foram vistos como reduzidos, mesmo com algumas "vulnerabilidades" a carecerem de monitorização.

São ainda referidos os elevados níveis de liquidez do sistema financeiro norte-americano. Alertaram, não obstante, como medida de planeamento contingente, que a "discount window" ("janela de desconto") - um instrumento de política monetária através do qual as entidades financeiras em situação de aperto podem pedir dinheiro emprestado ao banco central, a curto prazo, - continue a ser reforçada e que o banco central deve continuar a melhorar a operacionalidade desta reserva.

Em reação às atas da Fed, Wall Street agravou a tendência negativa: o S&P 500 cede 0,41%, o Nasdaq Composite recua 0,94% e o Dow Jones perde 0,35%. O dólar continua a negociar praticamente inalterado face às principais divisas rivais.
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