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Fed mantém juros diretores no zero e não altera ritmo de compra de ativos

O banco central dos EUA decidiu não mexer na taxa dos fundos federais, que se manteve assim num intervalo compreendido entre os 0% e os 0,25%. Também decidiu não proceder a qualquer alteração ao ritmo de compra de ativos, numa altura em que os resultados das eleições para a Casa Branca e Congresso continua incerto.

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana, anunciou um corte surpresa nas taxas do país.
Michael Reynolds/EPA
05 de Novembro de 2020 às 19:15
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A Reserva Federal norte-americana manteve a taxa de juro diretora num intervalo entre 0% e 0,25%, tal como se esperava. O seu presidente, Jerome Powell (na foto), tem reiterado nos últimos tempos que não considera adequado partir para um cenário de juros negativos, e uma vez mais a taxa dos fundos federais ficou no patamar onde está desde março.


Em setembro, recorde-se, a Fed sinalizou ser expectável que s juros se mantivessem em torno de zero durante pelo menos três anos para ajudar a economia norte-americana a recuperar do impacto da pandemia de covid-19. Ou seja, até 2023.

 

"A atividade económica e o emprego continuaram a recuperar, mas mantêm-se bastante abaixo dos níveis do início do ano", refere o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC).

 

O FOMC reitera assim a mensagem que tem usado desde julho, sublinha a Bloomberg. A ligeira diferença em relação à anterior declaração está no facto de se referir que a economia e o emprego "retomaram nos últimos meses", se bem que esteja agora a registar-se uma moderação no ritmo dessa retoma.

Em relação ao futuro, a Fed continua a associar o seu "guidance" sobretudo à meta de 2% da inflação.

 

Já em setembro o FOMC tinha salientado que esperava manter uma abordagem acomodatícia na política monetária até que se atinja uma inflação média de 2% ao longo do tempo e que as expectativas para a inflação de mais longo prazo se mantenham bem ancoradas nos 2%.

 

Esta declaração refletiu a nova estratégia do banco central, em que se permitirá que a inflação supere os 2% depois de períodos em que fique abaixo dessa meta. Essa mudança foi anunciada por Powell em agosto. A decisão do banco central dos EUA de deixar a inflação correr acima dos 2% tem como objetivo suportar o emprego, explicou então a Fed.

Compra de ativos no mesmo nível

 

A Reserva Federal decidiu também hoje manter o atual ritmo de compra de ativos. Assim, continuará a comprar obrigações do Tesouro e títulos endossados a hipotecas de modo a "sustentar um funcionamento estável do mercado".

 

Esses montantes ascendem, mensalmente, a 80 mil milhões de dólares em obrigações e a 40 mil milhões em títulos garantidos por hipotecas.

Powell preocupado com covid-19

 

Powell falou a seguir ao anúncio da decisão sobre os juros e mostrou-se preocupado com a evolução dos casos de coronavírus no país, onde a covid já fez mais de 240.000 mortos.

 

"A recente escalada de novos casos de covid-19, tanto nos EUA como no estrangeiro, é particularmente preocupante", declarou.

 

O presidente da Fed – que em fevereiro não deverá ser reconduzido para mais um mandato [Trump tem criticado a sua forma de conduzir a política monetária e se Biden for o novo ocupante da Casa Branca também poderá querer marcar a mudança] – considera assim que o futuro "continua a ser altamente incerto".

 

Jerome Powell referiu também que o ritmo de melhoria da retoma económica moderou face a maio e junho.

Além disso, sublinhou que os programas de emergência que estão a terminar no final do ano terão de ser reavaliados em conjunto com o Departamento do Tesouro para se decidir sobre o seu prolongamento (ou não).

 

O líder do banco central anunciou que algum material que costuma ser divulgado nas minutas da Fed – publicadas três semanas depois de cada reunião de política monetária – passará a ser apresentado, a partir de dezembro, logo após o fim da reunião de dois dias da instituição.

 

As palavras de Powell não estão a ter uma forte expressão nas bolsas dos EUA, que apenas aligeiraram um pouco os seus ganhos.

 

 

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