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Fed inicia retirada gradual de estímulos este mês

O banco central dos EUA decidiu não mexer na taxa dos fundos federais, que se manteve entre os 0% e os 0,25%. E anunciou o que todos esperavam: o timing do "tapering". Começa já este mês, com reduções mensais de 15 mil milhões de dólares na compra de ativos.

Bloomberg
03 de Novembro de 2021 às 18:02
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A Reserva Federal norte-americana, liderada por Jerome Powell, anunciou o que tanto se esperava: o timing do "tapering". Começa já em finais deste mês, com reduções mensais de 15 mil milhões de dólares na compra de ativos.

 

Recorde-se que, no âmbito dos estímulos à economia em período pandémico, a Fed tem mantido um ritmo de compra de ativos equivalente a 120 mil milhões de dólares por mês. Estes montantes repartem-se, mensalmente, por 80 mil milhões de dólares em Obrigações do Tesouro (OT) e 40 mil milhões em títulos garantidos por hipotecas.

 

Agora, sinalizou aquilo que tanto se esperava: o calendário para a moderação no ritmo dessas compras. Na reunião anterior, os responsáveis do banco central tinham já apontado para a possibilidade de o "tapering" começar em novembro. Algo que agora se confirma.

 

Depois das reduções de 30 mil milhões de dólares até ao final do ano – repartidas por novembro e dezembro, os responsáveis da Fed consideram que, "provavelmente, o apropriado será prosseguir com reduções na ordem dos 15 mil milhões mensais" em 2022, até à conclusão deste programa (que pode, assim, terminar em sete meses).

 

No entanto, a Fed referiu estar preparada para ajustar o ritmo do "tapering", caso o panorama económico dos EUA assim o justifique, sublinha o comunicado do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) do banco central.

 

Esta redução de 15 mil milhões de dólares nas compras mensais de ativos reparte-se por 10 mil milhões no caso das OT e 5 mil milhões no que diz respeito aos títulos endossados a hipotecas.

 

Nesta reunião de dois dias dedicada à política monetária, a Fed decidiu não mexer nos juros diretores, mantendo assim a taxa dos fundos federais entre os 0% e os 0,25%.

 

Inflação pode não ser assim tão transitória…

 

Relativamente à inflação, a perspetiva mudou um pouco. Os responsáveis da Reserva Federal têm reiterado que a recente subida do índice de preços no consumidor é temporária, com Powell a garantir o seu carácter transitório. Na última reunião da Fed, os seus membros reafirmaram que era temporária mas já admitiam que duraria mais tempo do que o pensado – em vez de atenuar em inícios do primeiro semestre de 2022 – devido às perturbações nas cadeias de fornecimento e na produção.

 

Agora, numa altura em que a inflação nos EUA está em máximos de três décadas – e em que, nos 4,4%, mais do que duplica a meta de 2% da Fed –, os responsáveis da Reserva Federal manifestaram menos certezas de que o salto na inflação seja "apenas" temporário.

... mas Powell confia

Já Jerome Powell declarou, na conferência após a reunião de dois dias da Fed, que as pressões inflacionistas talvez possam começar a atenuar-se no segundo ou terceiro trimestre do próximo ano – o que, ainda assim, já atira para mais tarde a esperada ‘normalidade’, quando o que tem vindo a ser reiterado pelo banco central é que esta recente subida da inflação nos EUA, atualmente em máximos de três décadas, é transitória.

O presidente da Fed disse ainda que o banco central "pode ser paciente" no que diz respeito ao timing para voltar a subir os juros diretores, o que aliviou os intervenientes de mercado - com os principais índices de Wall Street a atingirem novos máximos históricos.

(atualizada pela última vez às 20:11)

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