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Fed aumenta os juros mas já só projecta duas subidas em 2019
O banco central dos Estados Unidos anunciou um novo aumento dos juros na maior economia mundial. Instituição liderada por Jerome Powell reduz, porém, as subidas dos juros previstas para o próximo ano.
No final da reunião de dois dias que terminou esta quarta-feira, 19 de Dezembro, a Fed confirmou uma subida da taxa directora para o intervalo situado entre 2,25% e 2,5%. Com este aumento, sobe para nove o número de subidas dos juros decretada desde Dezembro de 2015, altura em que a instituição então liderada por Janet Yellen iniciou um trilho de normalização da política monetária expansionistas seguida em resposta à crise financeira de 2007-2008.
"Novos aumentos graduais (...) será consistente com uma expansão sustentada da actividade económica, com condições robustas do mercado laboral, e com uma [taxa de] inflação próxima dos 2% definidos como objectivo para o médio prazo", refere a nota emitida pela Fed.
Relativamente às actas referentes ao encontro da Fed realizado em Novembro, este comunicado apresenta como grande novidade o facto de acrescentar a expressão "algumas" quando descreve a política de aumento dos juros no futuro próximo. Em Novembro era a palavra "prevê" que surgia, o que indica que agora a Fed tem mais dúvidas quanto à quantidade de subidas dos juros que deve decretar no próximo ano.
Depois da reunião realizada no mês passado, a ideia que ficou assente passava por três novos aumentos em 2019 e eventualmente outro em 2020.
Brexit desordenado, abrandamento económico e disputa comercial preocupam
A Reserva Federal identifica um conjunto de riscos que poderão afectar negativamente a economia global e também a economia norte-americana.
Numa altura em que o corte fiscal implementado pela administração Trump no início deste ano começa a produzir menor impacto, a Fed considera que o arrefecimento económico, sobretudo na Europa e na China, aliado aos efeitos ainda desconhecidos da disputa comercial em curso entre Washington e Pequim, bem como um eventual Brexit sem acordo de saída entre Londres e Bruxelas, são factores que suscitam apreensão e que podem levar a uma alteração ou ajustamento da política monetária do banco central americano.
No fundo, a Fed nota que fará depender a sua política da evolução dos dados e indicadores económicos. Tendo em conta esta conjuntura, a Reserva Federal reviu em baixa, de 2,5% para 2,3%, a previsão para o crescimento do PIB norte-americano em 2019. Também a expansão económica dos EUA em 2018 foi revista para 3%.
O mesmo para a evolução dos preços no consumidor, já que agora a Fed estima que a taxa de inflação seja de 1,9% em 2018 (e não os 2,1% projectados em Setembro) e de 1,9% em 2019 (abaixo dos 2% projectados há três meses). Para o longo prazo, a inflação estimada é mantida nos 2%, o objectivo definido pela instituição.