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Responsável da Fed admite interrupção no aumento dos juros se inflação não subir

A presidente da Reserva Federal de Cleveland admitiu que se a taxa de inflação nos Estados Unidos não crescer o banco central norte-americano pode parar o movimento de aumento gradual dos juros. Trump defende a interrupção da subida dos juros.

Reuters
04 de Janeiro de 2019 às 13:56
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Se a taxa de inflação nos Estados Unidos não crescer a Reserva Federal poderá interromper a trajetória de aumentos graduais da taxa de juro de referência da maior economia mundial, disse à CNBC Loretta Mester, presidente da Fed de Cleveland.

Loretta Mester sustentou que a economia Americana vive um bom momento, contudo frisou que "se a inflação não crescer e se o mercado laboral permanecer razoavelmente robusto como agora então isso poderá significar que não somos neutrais". Mester tinha até ao final do ano passado poder de voto no conselho de governadores da Fed, mas deixou de ter desde o primeiro dia de janeiro.

Este aviso acontece depois de em dezembro o banco central norte-americano ter decretado um novo aumento dos juros, a nona subida desde dezembro de 2015, altura em que a então instituição liderada por Janet Yellen iniciou a normalização da política monetária da Fed face ao expansionismo adotado em resposta à crise financeira de 2007-2008.

No entanto, a autoridade monetária agora chefiada por Jerome Powell decidiu no mês passado reduzir de três para duas as subidas projetadas para 2019, uma alteração justificada pela necessidade de seguir em linha a evolução da economia dos EUA. Esta decisão poderá ter ajudado a provocar fortes perdas em Wall Street.

No comunicado divulgado após a conclusão da habitual reunião de dois dias, a Fed referiu que a adoção de "novos aumentos graduais (...) será consistente com uma expansão sustentada da atividade económica, com condições robustas do mercado laboral, e com uma [taxa de] inflação próxima dos 2% definidos como objetivo para o médio prazo". 

O próprio Powell fez depender novas subidas no ano em curso da evolução dos indicadores económicos mais relevantes. A Reserva Federal reviu em baixa, de 2,5% para 2,3%, a previsão para o crescimento do PIB norte-americano em 2019. O mesmo para a evolução dos preços no consumidor, já que agora a Fed estima que a taxa de inflação seja de 1,9% em 2018 (e não os 2,1% projetados em Setembro) e de 1,9% em 2019 (abaixo dos 2% projetados há três meses). Para o longo prazo, a inflação estimada é mantida nos 2%, o objetivo definido pela instituição. 


O presidente americano Donald Trump ficará satisfeito ao ler este alerta deixado pela líder da Fed de Cleveland. É que Trump alimenta há vários meses um confronto aberto com Powell por discordar da política de aumentos dos juros.

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