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Centeno: "Haver mais subidas [de juros] é uma inevitabilidade"
Em entrevista ao Negócios, o governador do Banco de Portugal revela que esteve no grupo das "pombas" que foi favorável à subida de apenas 50 pontos nas taxas fixadas pelo BCE.
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Celso Filipe
cfilipe@negocios.pt
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Diana Ramos
dianaramos@negocios.pt
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Paulo Ribeiro Pinto
paulopinto@negocios.pt
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Miguel Baltazar - Fotografia
21 de Dezembro de 2022 às 19:00
O governador do Banco de Portugal acredita que a inflação dará sinais mais visíveis de abrandamento a partir do final do primeiro trimestre de 2023, mas lembra que "haver mais subidas é uma inevitabilidade" no curto prazo. Em entrevista ao Negócios, Mário Centeno reconhece também que integrou o grupo de governadores que defendeu uma subida menos agressiva dos juros no conselho de governadores do Banco Central Europeu na última reunião em Frankfurt.
"Haver mais subidas é uma inevitabilidade e a previsibilidade da política monetária, que é altamente desejável, acontecerá de forma mais óbvia para todos assim que a inflação começar a cair", afirmou Centeno numa entrevista que decorreu no Museu do Dinheiro, em Lisboa, e que poderá ler na íntegra na edição em papel do Jornal de Negócios esta quinta-feira.
O supervisor financeiro nacional adiantou também que a sua posição no conselho de governadores do BCE, na reunião da semana passada, foi "totalmente alinhada com a decisão que foi tomada" de subir em 50 pontos as taxas de juro diretoras.
Questionado sobre se os juros vão continuar a subir até 2025 para conter a pressão inflacionista, Centeno desvalorizou tal cenário e ironizou: "Não. [A inflação] vai começar a cair muito mais próximo. Se tivermos de esperar até 2025 para sairmos de 10% da inflação, nesse momento, eu já não sei que sistema económico é que estaria a falar".
O governador do Banco de Portugal entende que "chegar a 2%, a partir do momento em que a inflação tem as expectativas ancoradas, é uma questão de tempo". "Todos os dados apontam para que a inflação esteja a atingir o seu pico na área do euro no quarto trimestre de 2022 e que a atualização de preços se poderá prolongar por mais um mês ou dois", adiantou.
E recordou que, "nas previsões do BCE e nas nossas também [BdP], temos uma redução muito rápida da inflação ao longo de 2023. Vem de valores próximos dos 10% no quarto trimestre de 2022 para valores na casa dos 3% em dezembro do ano que vem".
"Haver mais subidas é uma inevitabilidade e a previsibilidade da política monetária, que é altamente desejável, acontecerá de forma mais óbvia para todos assim que a inflação começar a cair", afirmou Centeno numa entrevista que decorreu no Museu do Dinheiro, em Lisboa, e que poderá ler na íntegra na edição em papel do Jornal de Negócios esta quinta-feira.
O supervisor financeiro nacional adiantou também que a sua posição no conselho de governadores do BCE, na reunião da semana passada, foi "totalmente alinhada com a decisão que foi tomada" de subir em 50 pontos as taxas de juro diretoras.
Questionado sobre se os juros vão continuar a subir até 2025 para conter a pressão inflacionista, Centeno desvalorizou tal cenário e ironizou: "Não. [A inflação] vai começar a cair muito mais próximo. Se tivermos de esperar até 2025 para sairmos de 10% da inflação, nesse momento, eu já não sei que sistema económico é que estaria a falar".
O governador do Banco de Portugal entende que "chegar a 2%, a partir do momento em que a inflação tem as expectativas ancoradas, é uma questão de tempo". "Todos os dados apontam para que a inflação esteja a atingir o seu pico na área do euro no quarto trimestre de 2022 e que a atualização de preços se poderá prolongar por mais um mês ou dois", adiantou.
E recordou que, "nas previsões do BCE e nas nossas também [BdP], temos uma redução muito rápida da inflação ao longo de 2023. Vem de valores próximos dos 10% no quarto trimestre de 2022 para valores na casa dos 3% em dezembro do ano que vem".