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BCE promete acelerar "significativamente" compra de ativos no âmbito da pandemia

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, apresentará esta quinta-feira as decisões de política monetária do conselho do BCE. A expectativa são declarações fortes quanto ao compromisso de manter o apoio e segurar os juros baixos.

Francois Lenoir
11 de Março de 2021 às 12:51
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O Banco Central Europeu (BCE) promete aumentar "significativamente" as compras de ativos no âmbito do Programa de Emergência Pandémica. O anúncio foi feito esta quinta-feira, depois da reunião do conselho do BCE e visa travar a subida dos juros e da inflação que se tem verificado nas últimas semanas.

"Com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação, o Conselho do BCE espera que as aquisições no âmbito do PEPP ao longo do próximo trimestre sejam conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses deste ano", lê-se no comunicado, publicado esta tarde.

O envelope total do Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP) mantém-se em 1.850 mil milhões de euros e o horizonte temporal para as compras líquidas também continua a ser março de 2022, ou até o BCE "considerar que o período de crise do coronavírus terminou". Ou seja, o BCE foi ao encontro das expectativas dos analistas: não aumentou a dimensão dos instrumentos que tem no terreno, mas reforçou o discurso, prometendo ser mais ativo para garantir que as condições de financiamento se mantêm suficientemente acomodatícias.

Aliás, no comunicado o BCE explica mesmo que as aquisições vão manter-se flexíveis e que vão sendo ajustadas para "
evitar um aumento da restritividade das condições de financiamento que seja incompatível com contrariar o impacto em sentido descendente da pandemia na trajetória projetada da inflação".

Ao mesmo tempo, reforça, por um lado, a ideia de que se for possível manter estas condições de financiamento favoráveis sem ter de esgotar a dotação do programa no horizonte temporal previsto, isso acontecerá – ou seja, "a dotação não terá de ser utilizada na íntegra." E por outro, nota que esta dotação também "pode ser recalibrada, se necessário, para manter condições de financiamento favoráveis, a fim de ajudar a contrariar o choque negativo provocado pela pandemia na trajetória da inflação."

Todas as restantes medidas de política monetária no terreno mantêm-se. A fase de reinvestimento dos pagamentos de capital dos títulos adquiridos no âmbito do PEPP que forem vencendo durará, "pelo menos, até ao final de 2023". A garantia de que a descontinuação desta medida será feita de modo "gradual" e por forma a "evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada" também foi reafirmada.

As aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) vão continuar a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros e vão manter-se enquanto for necessário e só param "pouco antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE." Os títulos no âmbito deste programa que forem vencendo serão reinvestidos para lá do início da subida dos juros e enquanto for necessário.

As taxas de juro continuam inalteradas em 0% para as principais operações de refinanciamento, em 0,25% para a facilidade permanente de cedência de liquidez e em -0.5% na facilidade permanente de depósito. Estes níveis, ou ainda abaixo, deverão manter-se até as perspetivas de inflação convergirem "de forma robusta no sentido de um nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2% no seu horizonte de projeção e que essa convergência se tenha refletido consistentemente na dinâmica da inflação subjacente", reafirma o conselho do BCE.

Estas medidas serão agora melhor explicadas pela presidente do BCE, Christine Lagarde, numa conferência de imprensa marcada para as 13:30, hora de Lisboa.


(Notícia atualizada às 13:08 com mais informação)
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