Notícia
BCE lucra 2,4 mil milhões em 2019. 55 milhões são dividendos para o Banco de Portugal
Os 2,4 mil milhões de euros de lucros em 2019 serão distribuídos pelos bancos centrais dos países da Zona Euro. O Banco de Portugal recebe 55,6 milhões de euros.
O Banco Central Europeu (BCE) lucrou 2.366 milhões de euros em 2019, mais do que os 1,6 mil milhões de euros registados em 2018, segundo as contas anuais divulgadas esta quinta-feira, 20 de fevereiro. Para o Banco de Portugal (BdP), este resultado significa que receberá cerca de 55,6 milhões de euros em dividendos.
A distribuição dos lucros do BCE aos bancos centrais nacionais que fazem parte da Zona Euro é calculada através da chave de capital ajustada. Como os resultados são de 2019, ainda será utilizada a anterior percentagem do Banco de Portugal de 2,351% e não a que entrou em vigor recentemente (2,341%). Aplicando a chave de capital, o Banco de Portugal tem direito a 55,6 milhões de euros.
Cerca de 60% (33,6 milhões de euros) desse valor já foi recebido pelo BdP (e pelos restantes bancos centrais da Zona Euro) em janeiro deste ano como dividendo intercalar. Este montante, que vem dos rendimentos de títulos detidos para fins de política monetária, será reconhecido "nas suas demonstrações financeiras como resultado ainda de 2019", esclareceu fonte oficial do banco central ao Negócios.
"Espera-se que os restantes 40% do resultado do BCE proporcionem o recebimento de um dividendo ordinário pelo Banco de Portugal no valor de cerca de 22 milhões de euros, que irá ser reconhecido já nos resultados do Banco de 2020", acrescenta o BdP. Na resposta ao Negócios, a estimativa do BdP apontava para cerca de 55,6 milhões de euros no total, o que se confirmou.
Ativos estrangeiros engordam lucros e balanço do BCE
Os lucros do BCE aumentaram por causa do maior rendimento com o portfólio cotado em dólares e com o programa de compras, o qual foi retomado no quarto trimestre de 2019 após ter sido suspenso em dezembro de 2018.
A maior fonte de receitas da entidade liderada por Christine Lagarde é a compra de ativos (1,4 mil milhões de euros em 2019), como a dívida pública. Além disso, o BCE lucra com as reservas de divisas estrangeiras, outras operações no mercado e com as taxas que os bancos pagam por causa da supervisão bancária, por exemplo. Por outro lado, os custos com pessoal e os custos administrativos são algumas das principais despesas.
A maior fatia dos dividendos do BCE é entregue ao Bundesbank (Alemanha), seguido do Banco de França e o de Itália uma vez que são os países com as maiores economias e com mais população, os dois critérios para a definição da chave de capital. Já os bancos centrais nacionais dos países da União Europeia que não estão na Zona Euro não recebem dividendos nem respondem perante eventuais perdas, apesar de fazerem parte do capital do BCE.
O balanço do BCE aumentou 2% em 2019 para 457 mil milhões de euros, mais 10 mil milhões de euros do que no final de 2018. Este aumento deve-se principalmente à apreciação dos ativos de "refúgio" do BCE, cotados em moeda estrangeira, como é o caso do ouro (que é cotado em dólares e está perto de máximos de sete anos) e da valorização do dólar e do iene (divisa japonesa) face ao euro.
A distribuição dos lucros do BCE aos bancos centrais nacionais que fazem parte da Zona Euro é calculada através da chave de capital ajustada. Como os resultados são de 2019, ainda será utilizada a anterior percentagem do Banco de Portugal de 2,351% e não a que entrou em vigor recentemente (2,341%). Aplicando a chave de capital, o Banco de Portugal tem direito a 55,6 milhões de euros.
"Espera-se que os restantes 40% do resultado do BCE proporcionem o recebimento de um dividendo ordinário pelo Banco de Portugal no valor de cerca de 22 milhões de euros, que irá ser reconhecido já nos resultados do Banco de 2020", acrescenta o BdP. Na resposta ao Negócios, a estimativa do BdP apontava para cerca de 55,6 milhões de euros no total, o que se confirmou.
Ativos estrangeiros engordam lucros e balanço do BCE
Os lucros do BCE aumentaram por causa do maior rendimento com o portfólio cotado em dólares e com o programa de compras, o qual foi retomado no quarto trimestre de 2019 após ter sido suspenso em dezembro de 2018.
A maior fonte de receitas da entidade liderada por Christine Lagarde é a compra de ativos (1,4 mil milhões de euros em 2019), como a dívida pública. Além disso, o BCE lucra com as reservas de divisas estrangeiras, outras operações no mercado e com as taxas que os bancos pagam por causa da supervisão bancária, por exemplo. Por outro lado, os custos com pessoal e os custos administrativos são algumas das principais despesas.
A maior fatia dos dividendos do BCE é entregue ao Bundesbank (Alemanha), seguido do Banco de França e o de Itália uma vez que são os países com as maiores economias e com mais população, os dois critérios para a definição da chave de capital. Já os bancos centrais nacionais dos países da União Europeia que não estão na Zona Euro não recebem dividendos nem respondem perante eventuais perdas, apesar de fazerem parte do capital do BCE.
O balanço do BCE aumentou 2% em 2019 para 457 mil milhões de euros, mais 10 mil milhões de euros do que no final de 2018. Este aumento deve-se principalmente à apreciação dos ativos de "refúgio" do BCE, cotados em moeda estrangeira, como é o caso do ouro (que é cotado em dólares e está perto de máximos de sete anos) e da valorização do dólar e do iene (divisa japonesa) face ao euro.