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BCE já vê inflação abaixo da meta de 2% em 2026

A equipa económica da autoridade monetária do euro reviu em baixa as previsões de crescimento para este ano e para 2024.

O Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt, tem por missão a estabilidade dos preços. As ferramentas que usa influenciam toda a economia.
Heiko Becker/Reuters
14 de Dezembro de 2023 às 13:28
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O Banco Central Europeu já vê a inflação a descer abaixo da meta do seu mandato - 2% - no final do horizonte de projeções, atualizado nesta quinta-feira com previsões também para 2026. Há uma revisão em baixa para a evolução da inflação, mais significativa em 2023 e 2024, numa previsão mais favorável às perspetivas de início de cortes de juros.

No novo quadro apresentado pelo BCE, é esperado que a inflação da Zona Euro atinja 1,9% em 2026. Para o horizonte mais próximo, espera-se agora que a inflação fique em 5,4% neste ano (duas décimas abaixo do que era previsto em setembro), seguindo-se uma descida gradual que coloque a variação média dos preços no euro em 2,7% em 2024 (corte de cinco décimas), mas com 2025 apresentar ainda uma inflação anual acima dos objetivos da política monetária, nos 2,1% (numa previsão inalterada).

Apesar da revisão em baixa nas previsões de inflação, consistente com aquele que tem sido o comportamento recente dos preços na Zona Euro, o comunicado da decisão de política monetária emitido após a reunião do BCE avisa que poderá ainda haver subidas temporárias nos indicadores. "Apesar de a inflação ter descido nos meses recentes, é provável que aumente novamente de forma temporária no curto prazo", refere numa nota já um pouco menos favorável às perspetivas de descidas nos juros.

Em novembro, a inflação média anual da Zona Euro terá ficado em 2,4%, na marca mais baixa desde julho de 2021, segundo a estimativa preliminar do Eurostat.

No que diz respeito à inflação subjacente, o BCE refere que "as pressões de preços permanecem elevadas, principlamente devido a um forte crescimento nos custos unitários do trabalho". As novas projeções para a variação de preços anual na Zona Euro sem o efeito do que acontece nos bens alimentares e na energia apontam agora para 5% neste ano, 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 2,1% em 2026, tendo também sido revistas em baixa.

A sinalização de maiores progressos no abaixamento da inflação ocorre num momento em que as perspetivas de abrandamento se aprofundam, e em que a Zona Euro arrisca um cenário de recessão técnica antes do final do ano, ainda que possa ser pouco profunda.

As novas previsões do BCE são agora um pouco menos otimistas do que as que foram apresentadas em setembro. O crescimento no euro é revisto para 0,6% neste ano (menos uma décima), para 0,8% no próximo (corte de duas décimas), sendo que é mantida a previsão de 1,5% de subida no PIB em 2025. Também para 2026 é previsto um crescimento de 1,5% no espaço da moeda única.

"As subidas de taxas de juro passadas continua a ser transmitidas vigorosamente à economia. As condições financeiras mais restritivas estão a amortecer a procura, e tal está a ajudar a empurrar a inflação para baixo", reflete a nota do BCE ao antecipar maior abrandamento nos próximos tempos.

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