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BCE acelera compras mas não mexe na bazuca à espera da recuperação

O BCE adianta que as compras de ativos no atual trimestre vão ser efetuadas a "um ritmo significativamente mais elevado do que aconteceu nos primeiros meses deste ano".

Christine Lagarde, Presidente do BCE
Kai Pfaffenbach/Reuters
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O Banco Central Europeu (BCE) manteve a sua política monetária intacta na reunião desta quinta-feira, dia 22 de abril, assinalando que o poder de fogo da sua bazuca de 1.850 mil milhões é suficiente para contribuir para a recuperação económica.

 

Ainda assim, e sem surpresas, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde adiantou que vai acelerar o seu programa de compra de ativos no atual trimestre, período em que a economia continua debilitada devido à pandemia.

Na última reunião de março, este já tinha sido o veredicto do BCE, mas a aceleração do ritmo de compras semanais anunciado por Lagarde não bateu com as expectativas dos mercados. Entre o encontro do mês passado e hoje, a média de compras semanais rondou os 16 mil milhões de euros, um ligeiro aumento face ao verificado semanas antes, mas ainda aquém da média global de 17 mil milhões de euros. 

 

Hoje, sem surpresas, o BCE manteve todas as taxas de juro inalteradas em mínimos históricos, bem como o valor do PEPP, o programa criado para mitigar os efeitos da pandemia, em 1.850 mil milhões de euros, que continuará a disparar até, pelo menos, março de 2022, de acordo com o banco. A data pode, no entanto, ser antecipada, caso os decisores de política considerem que a pandemia já não está a ter impacto na economia da região.

 

De acordo com o comunicado emitido esta quinta-feira, o a instituição europeia reforça a ideia de que as compras de ativos no atual trimestre, que começou em abril, vão ser efetuadas a "um ritmo significativamente mais elevado do que aconteceu nos primeiros meses deste ano".

 

Lagarde, que às 13:30 dará a habitual conferência de imprensa, aguarda assim por mais sinais do ritmo de recuperação da economia antes de decidir se será necessário dar o passo de reforçar as verbas do PEPP, tal como foi admitido na última reunião.

"
Na conferência de imprensa, ouviremos a perceção de Lagarde das perspetivas económicas - o BCE está a tornar-se mais positivo à medida que a implantação das vacinas é intensificada na Europa", diz Paul Diggle, analista da Aberdeen Standard Investments, numa nota de reação à decisão de hoje.

Reembolsos reinvestidos até ao final de 2023
Alguma da dívida que o BCE comprou desde o início do PEPP tem vindo a expirar. E o reembolso, ou seja, a devolução do montante ao banco central, atingiu um máximo em abril, o que fez com que a compra bruta de dívida aumentasse desproporcionalmente à compra líquida – aquela que é efetivamente contada. Mas este dinheiro será reinvestido pelo banco, na compra de nova dívida, até ao final de 2023, de acordo com o comunicado divulgado hoje.

Na semana terminada em 16 de abril, esses reembolsos atingiram um máximo desde o início do programa – março do ano passado – nos 12,1 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de um quinto de todo o dinheiro já devolvido ao banco. No total, o BCE recebeu 56,8 mil milhões de euros nestas amortizações, que corresponde ao pagamento do capital que estava em dívida.

No APP – o programa de compras de ativos regular do banco que agrupa todos os mecanismos de obtenção de dívida exceto o PEPP –, o banco prevê que as amortizações comecem a subir, atingindo os 31 mil milhões de euros em abril deste mês.

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