Notícia
BCE: "As 'pombas' ganharam a batalha, mas não ganharam a guerra"
O economista Frederik Ducrozet diz que os "falcões" do BCE não conseguiram fazer valer a sua postura agressiva por enquanto, mas que a partir do terceiro trimestre - depois das novas projeções - se comece a assistir a uma redução dos apoios por parte do banco.
Christine Lagarde, a líder do Banco Central Europeu (BCE), optou por manter os apoios monetários a disparar, enquanto anunciou uma aceleração nas compras de dívidas em termos mensais, fazendo novamente valer a posição mais acomodatícia das "pombas" do Conselho Executivo do banco, de acordo com Frederik Ducrozet, economista do banco suíço Pictet, numa nota enviada ao Negócios.
"[Na reunião desta quinta-feira] não houve grande concessão aos 'falcões'", começa por dizer o economista numa nota intitulada "as pombas ganharam uma batalha, mas não ganharam a guerra". Até porque, fez valer Ducrozet, "a presidente Christine Lagarde disse que qualquer eliminação gradual [do PEPP] não foi discutida, porque é prematuro".
No seio do BCE existe uma divisão histórica entre aqueles que são a favor de uma política monetária agressiva, os chamados "falcões", e aqueles que defendem uma postura mais flexível e acomodatícia por natureza, as "pombas".
Quanto à compra de dívida por parte do BCE, o economista refere que "esperamos que as compras líquidas de PEPP recuperem o atraso após um início de ano lento, a um nível consistente com um ritmo mensal de cerca de 80 mil milhões de euros entre abril a junho".
"A batalha muito mais importante está a começar agora, à medida que a política monetária se torna mais dependente dos indicadores [macroeconómicos]. A nossa melhor estimativa é que uma atualização das projeções [em junho] levará o BCE a reduzir gradualmente o ritmo das compras do PEPP a partir do terceiro trimestre", conclui.
Hoje, o BCE manteve a sua política monetária intacta, assinalando que o poder de fogo da sua bazuca de 1.850 mil milhões é suficiente para contribuir para a recuperação económica. Ainda assim, e sem surpresas, a autoridade monetária adiantou que vai acelerar o seu programa de compra de ativos no atual trimestre, período em que a economia continua debilitada devido à pandemia.
"[Na reunião desta quinta-feira] não houve grande concessão aos 'falcões'", começa por dizer o economista numa nota intitulada "as pombas ganharam uma batalha, mas não ganharam a guerra". Até porque, fez valer Ducrozet, "a presidente Christine Lagarde disse que qualquer eliminação gradual [do PEPP] não foi discutida, porque é prematuro".
Quanto à compra de dívida por parte do BCE, o economista refere que "esperamos que as compras líquidas de PEPP recuperem o atraso após um início de ano lento, a um nível consistente com um ritmo mensal de cerca de 80 mil milhões de euros entre abril a junho".
"A batalha muito mais importante está a começar agora, à medida que a política monetária se torna mais dependente dos indicadores [macroeconómicos]. A nossa melhor estimativa é que uma atualização das projeções [em junho] levará o BCE a reduzir gradualmente o ritmo das compras do PEPP a partir do terceiro trimestre", conclui.
Hoje, o BCE manteve a sua política monetária intacta, assinalando que o poder de fogo da sua bazuca de 1.850 mil milhões é suficiente para contribuir para a recuperação económica. Ainda assim, e sem surpresas, a autoridade monetária adiantou que vai acelerar o seu programa de compra de ativos no atual trimestre, período em que a economia continua debilitada devido à pandemia.