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Reino Unido só deverá elevar juros em meados de 2016

A comissão de política monetária do banco central britânico decidiu manter a taxa de juro directora britânica em mínimos históricos. Depois de rever em baixa as perspectivas de curto-prazo para a inflação, o banco central britânico só deverá decretar uma subida dos juros em meados do próximo ano.

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Inside the BOE's Decision to Hold Key Rate
06 de Agosto de 2015 às 12:22
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O Banco de Inglaterra (BoE) já divulgou o resultado da votação dos membros da comissão de política monetária, que decidiu por larga maioria manter a taxa de juro directora do Reino Unido em 0,5%, continuando assim no valor mais baixo de sempre. A revisão em baixa das previsões do BoE para a taxa de inflação no curto prazo, deixa subentendido que a autoridade monetária não irá decretar nenhuma subida dos juros em 2015.

 

Os dados relativos à votação foram divulgados esta quinta-feira, 6 de Agosto, um minuto depois do meio-dia: oito dos membros da comissão monetária do BoE votaram a favor da manutenção da taxa de juro em mínimos históricos, sendo que apenas um (Ian McCafferty) votou em sentido contrário. McCafferty sustentou uma subida de 0,25 pontos percentuais dos juros para uma taxa de 0,75%.

 

O resultado da votação foi algo inesperado. O The Guardian, por exemplo, refere que os economistas da "city" londrina acreditavam que pelo menos dois ou três membros da comissão monetária iriam apoiar uma subida dos juros ainda durante o presente mês de Agosto. 

A autoridade monetária liderada por Mark Carney publicou em simultâneo, pela primeira vez, as actualizações económicas trimestrais (Relatório da Inflação), a decisão sobre a taxa de juro e ainda as actas relativas à última reunião. Devido a este motivo, o dia de hoje foi classificado de "super quinta-feira".

 

Nas minutas da reunião, o BoE sustentou que a evolução da inflação não permite ainda adoptar uma decisão no sentido da subida dos juros: "A perspectiva de curto-prazo para a inflação permanece inalterada". A instituição presidida por Carney considera que "a quebra nos preços da energia, verificada nos últimos meses, vai continuar a pressionar a inflação pelo menos até meados do próximo ano". A actual robustez da libra também é um factor considerado pelo BoE como dissuasor de uma subida imediata dos juros.

O banco central alterou assim a previsão para a inflação para 0,3% em 2015, em vez dos 0,6% anteriormente estimados. Segundo o BoE, a taxa de inflação só deverá subir para 1,5% durante o próximo ano. A autoridade monetária 
acredita que a inflação permanecerá em valores próximos de zero pelo menos durante os próximos dois meses, que antecipa que a inflação só irá aproximar-se da meta pretendida de 2% dentro de cerca de dois anos. Isto se, cita o Guardian, o aumento das taxas de juro acontecer em linha com as expectativas do mercado. O que implicaria a primeira subida dos juros em meados de 2016, com os custos dos empréstimos a subirem para 1,5% no final de 2017.


A decisão da autoridade monetária parece estar a ser bem recebida. A Câmara de Comércio britânica lembrou que uma subida "prematura" poderia penalizar a recuperação da economia.

Em conferência de imprensa, Mark Carney revelou que o processo de subida dos juros irá acontecer de forma "gradual e limitada", sublinhando que "a trajectória é mais importante do que o ‘timing’ da primeira subida". O governador do banco central britânico reconheceu que o desenvolvimento mais significativo durante o último ano prende-se com a queda da inflação, que notou ter atingido os 0% em Junho.

 

Em conferência de imprensa, Mark Carney apontou ainda o panorama internacional como tendo contribuído para o comportamento da inflação. A situação na Grécia e na China foram elencadas por Carney, que sublinhou ainda a importância para "a procura global" do abrandamento da economia chinesa.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 13h35 com mudança do título)

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