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Banco do Japão planeia abandonar política monetária flexível a partir de 2024

Kazuo Ueda tem vindo a reduzir os estímulos da era Kuroda, afastando a mão compradora do mercado da dívida. Fontes citadas pela Reuters acreditam que o Banco do Japão vai mudar a política monetária a partir da primavera do próximo ano.

Lusa / EPA
02 de Novembro de 2023 às 11:00
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O governador do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, deverá abandonar gradualmente a política monetária flexível a partir do próximo ano, de acordo com seis fontes conhecedoras da estratégia da autoridade monetária, incluindo funcionários do governo que interagem diretamente com a instituição, citadas pela Reuters.

Desde que assumiu a liderança do Banco do Japão em abril, Ueda tem mantido o tom "dovish" que caracterizou o seu antecessor.

Mas numa altura em que a inflação nipónica tem estado acima da meta dos 2%, tendo em setembro tocado nos 3%, Ueda tem vindo a reduzir os estímulos da era Kuroda, afastando a mão compradora do mercado da dívida.

"A principal mensagem do BoJ neste momento é de manter uma política monetária flexível, mesmo que pareça entrar em conflito com o que está realmente está a fazer", explicou uma das fontes.

Isto porque, "dada a incerteza sobre as perspetivas económicas, o Banco do Japão provavelmente quer esperar pelo menos até a primavera do próximo ano para normalizar a política monetária".

O Banco do Japão tem contrastado com a esmagadora maioria dos bancos centrais, que no ano passado decidiram arrancar com um ciclo de aperto monetário para combater a inflação.

Na terça-feira, o BoJ ter deliberou que o tecto de 1% para a "yield" da dívida a 10 anos passa a ser um valor de referência, deixando de ser um limite rígido.

No dia seguinte, perante a escalada as "yields" da dívida japonesa, o banco central foi ao mercado da dívida comprar obrigações nipónicas. 
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