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Banco de Inglaterra vai manter bazuca ativa até que inflação se aproxime da meta

Os decisores políticos do Banco de Inglaterra votaram para manter o atual suporte à economia inalterado, até que se façam "progressos significantes" rumo à meta da inflação.

POOL New
17 de Setembro de 2020 às 12:47
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O Banco de Inglaterra optou por deixar a taxa de juro inalterada nos 0,1%, bem como o valor do atual programa de compra de ativos em 745 mil milhões de libras (831 mil milhões de euros), de acordo com as minutas da reunião de política monetária que terminou ontem, dia 16 de setembro, divulgadas hoje pela instituição.

Todos os nove decisores políticos votaram para que se deixassem os atuais apoios à economia inalterados e fecharam a porta a qualquer redução até que se verificassem "progressos significantes" rumo à meta da inflação atualmente em cerca de 2%. Em agosto, o índice dos preços do consumidor caiu para os 0,2%, face a 1% registado em julho. 

De acordo com as estimativas do Banco de Inglaterra, a inflação deverá manter-se abaixo de 1% até, pelo menos, ao início do próximo ano. E só daqui a dois anos é que deverá aproximar-se da meta dos 2%, segundo a instituição. 

"Como o Banco já tem o programa de compra de ativos em vigor e os mercados financeiros permanecem calmos, não foi surpreendente que o Comité de Política Monetária tenha cotado em unanimidade para manter a política inalterada em setembro", escreve o economista Andrew Wishart, da Capital Economics, numa nota.

No entanto, acrescenta que "o comité vai anunciar um reforço de 250 mil milhões de libras (273 mil milhões de euros) ao longo do próximo ano, com uma parcela de 100 mil milhões de libras (111 mil milhões de euros) previstos já em novembro".

Desde o início da pandemia, o Banco de Inglaterra reduziu as taxas de juro por duas vezes desde os 0,75% até aos 0,1% atuais. Até ao momento, o governador Andrew Bailey manteve o cenário de taxas negativas afastado, mas o banco central já ponderou discutir o uso dessa ferramenta, caso necessário. 

Depois do comunicado divulgado, que volta a trazer as taxas negativas para cima da mesa, os juros do Reino Unido caíram, com a maturidade a sete anos a escorregar para abaixo de 0%. Só a partir da taxa a dez anos é que os juros da dívida britânica negoceiam acima desse patamar. A libra sofreu uma queda de 0,5% face ao dólar. 



Em junho, Bailey anunciou um novo reforço no programa de compra de ativos de cerca de 111 mil milhões de euros 

À imagem de todo o mundo, a economia do Reino Unido sofreu uma contração histórica no segundo trimestre (-20,4%) deste ano, tendo notado uma recuperação no mês julho com uma expansão económica mensal de 6,6%, devido ao aliviar de restrições de circulação e no comércio. 

Contudo, um novo aumento na propagação do coronavírus na região (com cerca de 3.000 novos casos por dia) levou o governo a impor novamente novas restrições à vida social, com alguns confinamentos em regiões mais preocupantes.

Para além do lado sanitário, o Reino Unido continua refém da novela pós-Brexit, com falhas sucessivas na obtenção de um acordo pós-divórcio no período de transição que termina no final deste ano.
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