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Atas da reunião de junho do BCE reiteram determinação para manter subida de juros

O BCE decidiu aumentar as taxas de juro em 25 pontos base na reunião de junho e deverão voltar a subir em julho. A partir daí, a porta está aberta e as decisões serão mais dependentes de dados.

Para Christine Lagarde as estimativas mais recentes para a inflação, sobretudo a subjacente, exigem que a subida das taxas de juro se mantenha.
EPA
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Apesar de uma primeira ideia de uma subida de 50 pontos base das taxas de juro de referência, dado "o risco de a elevada inflação se tornar mais persistente", o "largo consenso" dos membros do conselho do Banco Central Europeu (BCE) acabou por encaminhar-se para um aumento de 25 pontos base na reunião de política monetária de junho.

"Apesar de os membros considerarem que a segunda queda consecutiva na inflação subjacente era um sinal positivo, foi largamente sentido que não havia sinais suficientemente convincentes para confirmar um ponto de viragem", pode ler-se no relatório.

Tal como a presidente do banco central já tinha dado a entender, os membros do BCE indicaram uma elevada probabilidade de subida dos juros diretores no encontro de julho, sendo que o que acontece a partir daí ainda não está decidido. Ultimamente, os responsáveis do banco central têm adotado uma postura mais cuidadosa, reiterando que as próximas decisões vão estar mais dependentes de dados.

Numa nota a que o Negócios teve acesso, analistas do ING indicam que "as minutas da reunião de junho reiteram a determinação dos decisores em dar continuidade ao atual ciclo de subida [de juros] depois da próxima reunião".

"A revisão em alta das perspetivas de inflação para 2024 e o 'outlook' de crescimento otimista foram as principais razões para a continuidade da política mais 'hawkish'", acrescentam.

O banco holandês destaca as questões que têm sido levantadas relativamente à inflação subjacente enquanto indicador principal do BCE, dado que vários membros têm questionado o seu papel "caracterizando-o como um indicador desfasado". Ao mesmo tempo, houve vários decisores a questionarem a revisão em alta da inflação, face a estatísticas mais recentes que mostram um abrandamento dos preços.

Foi igualmente acordado que baixar a inflação para níveis médios é mais fácil do que até 2% e "neste contexto foi previsto que retornar a inflação aos 2% no final de 2025 pode ser considerado demasiado tarde", escrevem os analistas do ING.

"Se estivermos certos, a economia se mantiver fraca e o processo deflacionista ganhar força e a inflação de base começar a descer depois do verão, o ciclo de subidas do BCE deverá terminar na reunião de setembro, embora o banco possa esperar até à reunião de dezembro para declarar" o caminho de aperto da política monetária como oficialmente terminada, concluem.
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