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Após 15 meses Fed não sobe juros mas sinaliza que ciclo de aumentos não terminou

A Reserva Federal norte-americana não surpreendeu ao decidir interromper o ciclo de subida das taxas diretoras dos EUA.

O presidente da Fed discursa amanhã. O mercado quer perceber qual será o ritmo de subida dos juros.
Elizabeth Frantz/Reuters
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A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu esta quarta-feira não mexer nos juros diretores, indo ao encontro do que muitos observadores de mercado já esperavam. Desde que iniciou o ciclo de subida da taxa dos fundos federais, em março do ano passado, esta é a primeira vez que o banco central dos EUA opta pelo "status quo".

 

Na sua última reunião de política monetária, realizada nos dias 2 e 3 de maio, a Fed, liderada por Jerome Powell (na foto), anunciou um aumento de 25 pontos base da taxa de referência, que passou para o intervalo entre 5% e 5,25%. E assim se mantém.

Segundo o comunicado do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC), a decisão de manter hoje os juros foi unânime. "Manter o intervalo de juros inalterado neste encontro permite ao comité avaliar informações adicionais e as suas implicações para a política monetária", explicou o banco central, no comunicado com a decisão.

Entretanto, o "dot plot" – um mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores – aponta para uma subida adicional ainda este ano, já que estima que a taxa dos fundos federais esteja nos 5,6% (valor mediano) no final de 2023. Para o final de 2024, projetam os 4,6%, indo ao encontro do esperado alívio nas restrições da política monetária da Fed.

 

Em março passado, nas últimas projeções para a evolução dos juros, a Fed apontava para 5,1% no final deste ano e para 4,3% em dezembro de 2024.

O início do ciclo de aumento dos juros diretores deu-se logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia – uma ofensiva que ainda hoje prossegue e que contribuiu para inflamar o movimento de subida da inflação que já vinha a observar-se.

Fed mais otimista sobre economia, mas menos sobre inflação subjacente
A par da decisão de política monetária e do "dot plot", o banco central atualizou também as projeções macroeconómicas, tendo-se mostrado mais otimista sobre a economia norte-americana a curto prazo. As novas projeções apontam para que o PIB real dos EUA expanda 1% este ano, o que compara com as anteriores estimativas, de março, de 0,4%.

Já para os dois anos seguintes há ligeiras revisões em baixa: aponta para um crescimento de 1,1% em 2024 (contra os anteriores 1,2%) e de 1,8% no ano seguinte (em comparação com 1,9%).

"Os recentes indicadores sugerem que a atividade económica continua a expandir a um ritmo moderado. O crescimento do emprego tem sido robusto nos últimos meses e a taxa de desemprego tem-se mantido baixa. A inflação continua elevada", avalia o comité de política monetária.


Para a evolução dos preços, a Fed também mexe nas projeções. A inflação geral é estimada este ano em 3,2% (abaixo dos 3,3% apontados em março). Para 2024 e 2025 as projeções mantém-se inalteradas em 2,5% e 2,1%, respetivamente.

Contudo, a Fed está mais negativa sobre a inflação subjacente - que exclui preços mais voláteis como energia ou bens alimentares. Neste caso, a Fed antecipa uma taxa de 3,9% este ano, acima dos 3,6% que via em março e, assim, mais longe da meta de 2% do banco central. Em 2024 mantém a projeção inalterada de 2,6%, revendo a estimativa de inflação para 2025 em 0,1 ponto percentual em alta para 2,2%.

(Notícia atualizada às 19:25)

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