Notícia
"Vamos subir juros em julho. Não estamos a pensar em parar", garante Lagarde
A presidente do BCE rejeitou comentar até onde é que poderão subir as taxas de juro de referência na Zona Euro, dizendo que o foco principal é levar a inflação de novo para próximo da meta de 2%.
15 de Junho de 2023 às 14:18
Ao contrário da Reserva Federal dos EUA, o Banco Central Europeu (BCE) ainda não chegou ao momento de pensar em parar de subir as taxas de juro de referência. A garantia foi dada pela presidente da autoridade monetária Christine Lagarde esta quinta-feira após o encontro do conselho em que decidiu um novo aumento das taxas.
"Terminámos? Chegámos ao fim do caminho? Não, ainda temos caminho a percorrer. Posso ir até mais longe: vamos continuar a subir juros em julho. Não será uma grande surpresa, mas é o que tenho para dizer", afirmou Christine Lagarde. "Não estamos a pensar em parar", disse.
Tal como era esperado pelo mercado, o BCE anunciou hoje uma nova subida das três taxas de juro de referência na Zona Euro em 25 pontos base, no nível mais elevado desde 2001. A decisão resultou de um "consenso muito, muito alargado" dentro do conselho, que junta governadores dos bancos centrais nacionais e outros membros do BCE.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa assim para 4%, a aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez para 4,25% e à facilidade permanente de depósito para 3,5%. Em menos de um ano, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde aumentou assim o preço do dinheiro em 400 pontos base.
O caminho replica o que está a fazer a Fed, que subiu os juros em 500 pontos base ao longo de 15 meses, tendo decidido ontem fazer uma pausa. Na semana anterior, Austrália e Canadá surpreenderam ao voltar a subir as taxas após terem feito também pausas na estratégia.
Christine Lagarde excluiu, contudo, comparações com outros bancos centrais. Rejeitou igualmente sinalizar até onde é que o BCE poderá ir. "Não quero comentar a taxa terminal. Só saberemos quando lá chegarmos. O que está a conduzir [as nossas políticas] é a meta de inflação próxima de 2%", disse a líder do banco central. "O BCE vai tomar todas as medidas necessárias para que a inflação regresse à meta e acreditem que vamos conseguir".
Mas o objetivo parece estar mais longe já que, a par da decisão sobre juros, o BCE divulgou igualmente projeções macroeconómicas, nas quais se mostrou ligeiramente mais pessimista face ao que estava em março.
De acordo com as primeiras estimativas do Eurosistema, o BCE espera que os preços - medidos pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - cresçam 5,4% este ano, abrandando para 3% em 2024 e para 2,2% em 2025. Em março, esperava que a inflação travasse ligeiramente mais: para 5,3% este ano, para 2,9% em 2024 e para 2,1% em 2025.
Além dos juros, o BCE está também a usar os programas de compra de dívida para tentar refrear o excesso de liquidez. Tal como já tinha sido anunciado, o reinvestimento da dívida que atinge o prazo que está na carteira do programa regular (atualmente a diminuir a um ritmo "comedido e previsível" de 15 mil milhões de euros por mês até final de junho) vai terminar em julho.
(Notícia atualizada às 14:35)
"Terminámos? Chegámos ao fim do caminho? Não, ainda temos caminho a percorrer. Posso ir até mais longe: vamos continuar a subir juros em julho. Não será uma grande surpresa, mas é o que tenho para dizer", afirmou Christine Lagarde. "Não estamos a pensar em parar", disse.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa assim para 4%, a aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez para 4,25% e à facilidade permanente de depósito para 3,5%. Em menos de um ano, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde aumentou assim o preço do dinheiro em 400 pontos base.
O caminho replica o que está a fazer a Fed, que subiu os juros em 500 pontos base ao longo de 15 meses, tendo decidido ontem fazer uma pausa. Na semana anterior, Austrália e Canadá surpreenderam ao voltar a subir as taxas após terem feito também pausas na estratégia.
Christine Lagarde excluiu, contudo, comparações com outros bancos centrais. Rejeitou igualmente sinalizar até onde é que o BCE poderá ir. "Não quero comentar a taxa terminal. Só saberemos quando lá chegarmos. O que está a conduzir [as nossas políticas] é a meta de inflação próxima de 2%", disse a líder do banco central. "O BCE vai tomar todas as medidas necessárias para que a inflação regresse à meta e acreditem que vamos conseguir".
Mas o objetivo parece estar mais longe já que, a par da decisão sobre juros, o BCE divulgou igualmente projeções macroeconómicas, nas quais se mostrou ligeiramente mais pessimista face ao que estava em março.
De acordo com as primeiras estimativas do Eurosistema, o BCE espera que os preços - medidos pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - cresçam 5,4% este ano, abrandando para 3% em 2024 e para 2,2% em 2025. Em março, esperava que a inflação travasse ligeiramente mais: para 5,3% este ano, para 2,9% em 2024 e para 2,1% em 2025.
Além dos juros, o BCE está também a usar os programas de compra de dívida para tentar refrear o excesso de liquidez. Tal como já tinha sido anunciado, o reinvestimento da dívida que atinge o prazo que está na carteira do programa regular (atualmente a diminuir a um ritmo "comedido e previsível" de 15 mil milhões de euros por mês até final de junho) vai terminar em julho.
(Notícia atualizada às 14:35)