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BCE sobe juros na Zona Euro em 25 pontos base para o nível mais alto desde 2001
Apesar de a Zona Euro ter entrado em recessão técnica, a inflação continua acima da meta de 2% do banco central, o que justifica a decisão de voltar a aumentar os juros.
"A inflação tem vindo a descer, mas as projeções indicam que permanecerá demasiado elevada durante demasiado tempo. O Conselho do BCE está empenhado em assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%. Por conseguinte, decidiu [esta quinta-feira] aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base", anunciou em comunicado após o encontro.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa assim para 4%, a aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez para 4,25% e à facilidade permanente de depósito para 3,5%.
A decisão corresponde à expectativa do mercado, que começa já antecipar quando é que o BCE irá começar a pensar em fazer um ajustamento até porque desde o anterior encontro do conselho houve um importante desenvolvimento na frente económica: a Zona Euro entrou em recessão técnica.
No entanto, ainda persistem as pressões inflacionistas. Embora as altas de preços face ao ano anterior tenham desacelerado no final de maio, com a inflação global nos 6,1% face aos 7% de abril, o nível da inflação subjacente – nos 5,3% face aos 5,6% em abril – permanece muito elevada em relação à meta de 2%.
"As suas decisões sobre as taxas de juro continuarão a basear-se na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", referem os decisores.
Além dos juros, o BCE vai igualmente mexer nos programas de compra de dívida, tal como já tinha anunciado. A carteira do programa regular está atualmente a diminuir a um ritmo "comedido e previsível" de 15 mil milhões de euros por mês até ao final deste mês, mas depois disso os reinvestimentos serão descontinuados.
Já em relação ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP), o BCE tenciona reinvestir os pagamentos de capital dos títulos que atingem o prazo até, pelo menos, ao final de 2024. "De qualquer forma, a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada", acrescenta.
(Notícia atualizada às 13:20)