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Marcelo renova pedido à banca para subir remuneração dos depósitos

Numa visita oficial a Londres e em reação à subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu em 25 pontos base, o Presidente da República voltou a pedir aos bancos para remunerarem melhor os depósitos, numa altura em que os encargos com o crédito continuam a subir.

Tiago Petinga / Lusa
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou esta quinta-feira os pedidos à banca para que "remunere melhor os depósitos bancários dos portugueses" e "que a banca perceba que [o crédito] está a apertar muito neste momento as famílias portuguesas".

"Enquanto durar esta subida de juros é evidente as autoridades financeiras têm de ir acompanhando com cuidado - não é apenas a subida dos juros da habitação - é o somatório desses juros com os outros do crédito ao consumo", disse ainda Marcelo, explicitando que "é o somatório das prestações que fica ainda mais elevado".

O Presidente, que falava em Londres, já depois de ter sido anunciado uma subida das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) em 25 pontos base manifestou-se confiante de que o BCE vai parar com os aumentos dos juros diretores até setembro, acompanhando a Reserva Federal norte-americana, sendo que esta é uma das boas notícias identificadas pelo Presidente.

A decisão da Reserva Federal norte-americana (Fed) de "interromper uma sequência contínua de aumento de juros é um primeiro sinal, porque assim como foi o primeiro a tomar a iniciativa de subir os juros é, também agora, o primeiro a tomar a iniciativa de não aumentar", acrescentou. "Provavelmente isto quer dizer que, se não em julho, em setembro, o Banco Central Europeu e outros bancos centrais podem acompanhar, não aumentam mais", referiu.

"A segunda noticia positiva é que os países europeus estão a ter uma descida ligeiramente positiva da inflação e ligeiras subidas de crescimento", esclareceu Marcelo.

Relativamente à decisão tomada pelo Banco Central Europeu, o Presidente afirmou que se trata de "uma subida de 0,25, que é pequena, mas é uma subida que já se esperava, não deixa de ser negativo porque tem reflexo nas nossas taxas de juro internas em termos, nomeadamente, de crédito, por exemplo à habitação".

Um outro ponto negativo relativamente às previsões do BCE "que não são muito favoráveis em relação à Europa, quanto à inflação que esta a descer, mas lentamente e quanto ao crescimento, que esta a subir, mas lentamente", apesar de existir aqui uma nuance positiva, uma vez que Portugal "está numa linha que não é a generalidade da Europa: estamos com uma descida da inflação um bocadinho mais rápida do que o resto da Europa e estamos com um crescimento superior" também relativamente a outros países da União Europeia (UE).

Resumindo, "há aqui uma mistura: para já uma preocupação porque ainda ha uma subida dos juros, embora ligeira para este mês e vamos ver se para o mês que vem; e ao mesmo tempo um sinal no horizonte de que os Estados Unidos mudaram de linha e, normalmente, isso significa uma mudança de linha por outros bancos centrais", concluiu Marcelo.

O chefe de Estado encerrou hoje uma visita de cerca de 24 horas a Londres para comemorar o 650.º aniversário da Aliança Luso-Britânica.

O Tratado de Paz, Amizade e Aliança assinado em 16 de junho de 1373 por Eduardo III de Inglaterra e o rei Fernando I de Portugal formaliza a aproximação dos dois países proporcionada pelo Tratado de Tagilde, celebrado entre o Rei Fernando I e os emissários do Duque de Lencastre, João de Gante, filho de Eduardo III. A aliança foi renovada no Tratado de Windsor de 1386 e por vários outros tratados ao longo dos séculos.

*Com Lusa
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