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Venezuela notifica embaixadora portuguesa da UE de que tem 72 horas para abandonar o país
O Governo venezuelano notificou esta quarta-feira a embaixadora da União Europeia, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, de que foi declarada 'persona non grata' e deverá abandonar o país nas próximas 72 horas, anunciou o executivo.
24 de Fevereiro de 2021 às 16:20
A notificação foi feita pelo ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, durante um encontro em Caracas.
"As circunstâncias não deixam opção (...). A República da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente", disse Jorge Arreaza à televisão estatal venezuelana.
"Damos-lhe um prazo de 72 horas para que abandone o território venezuelano", disse.
O parlamento venezuelano, de maioria "chavista", aprovou na terça-feira, por unanimidade, uma resolução pedindo ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que declare 'persona non grata' a embaixadora da União Europeia (UE), a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa.
A aprovação teve lugar a pedido do presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, depois de a UE adicionar 19 pessoas à lista de sanções contra personalidades do Governo venezuelano, uma decisão que Caracas diz ser "errática" e atribui ao "fracasso dos planos intervencionistas" europeus.
"Levanto as minhas duas mãos para pedir que se declare a representante da UE 'persona non grata'. Levanto as minhas duas mãos para apelar a que se revejam as condições em que existe um escritório [de representação) da União Europeia aqui na Venezuela" disse Jorge Rodríguez.
O presidente do parlamento disse ainda levantar as suas duas mãos "para condenar uma ação contra venezuelanas e venezuelanos, sanções que são contra a soberania da Venezuela" e contra "seres humanos dignos, leais à pátria de Bolívar (Simón)".
Esta é a segunda vez que a Venezuela declara a representante da União Europeia na Venezuela, a diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, 'persona non grata'.
Em 29 de maio de 2020, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a sua expulsão, dando-lhe 72 horas para abandonar o país.
A decisão de Nicolás Maduro foi tomada poucas horas depois de Bruxelas ter sancionado mais 11 funcionários de Caracas.
A 02 de julho, Nicolás Maduro saudou um acordo entre Bruxelas e Caracas para suspender a expulsão da diplomata e instou a UE a mudar a relação com o Estado sul-americano.
A UE adicionou na segunda-feira 19 pessoas à lista de sanções que visam personalidades do regime venezuelano, devido ao seu "papel em atos e decisões que minam a democracia e o Estado de Direito" no país.
A decisão prende-se com as eleições legislativas que tiveram lugar em dezembro de 2020 na Venezuela e que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se recusaram a reconhecer como "credíveis, inclusivas e transparentes".
Com o acrescento destes 19 indivíduos, o pacote de sanções contra a Venezuela visa agora um total de 55 personalidades, que estão proibidas de viajar para a Europa e têm os seus bens congelados no espaço europeu.