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Trump volta-se contra Bezos e acusa Amazon pela perda de "muitos postos de trabalho"

Envolto em diversas frentes polémicas, o presidente americano retomou as críticas às multinacionais americanas que escapam ao pagamento de impostos nos EUA. Trump criticou a Amazon por prejudicar os contribuintes americanos, responsabilizando-a pela perda de postos de trabalho.

Reuters
16 de Agosto de 2017 às 12:27
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Invariavelmente através do Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreve esta quarta-feira, 16 de Agosto, que a "Amazon está a causar grandes danos às retalhistas que pagam impostos". Acrescentando que os efeitos se fazem sentir em todo o território norte-americano e que "muitos postos de trabalho estão a ser perdidos".

 


As críticas de Trump são dirigidas à Amazon mas seguramente também ao fundador da empresa, o multimilionário Jeff Bezos, que é também dono do Washington Post, um das principais publicações americanas que vem dirigindo fortes críticas ao presidente dos EUA.

 

Apesar de não ser novo o tema relativo ao não pagamento dos impostos devidos, as críticas de Donald Trump surgem num momento de particular instabilidade na Casa Branca, que ficou evidente depois da demissão de mais quatro conselheiros do presidente na sequência da posição exposta por este em relação aos acontecimentos de Charlottesville, que resultaram numa morte e em vários feridos. Nas últimas horas  

Num artigo de análise publicado na terça-feira, o jornalista do Washington Post, Philip Bump, sustenta que Trump deixou claro "que alinha com a extrema-direita".

 

Uma conclusão a que o jornalista chegou depois de ontem Donald Trump ter voltado a mostrar uma posição inconsistente relativamente às manifestações que tiveram lugar naquela cidade da Virgínia e que culminaram com confrontos entre manifestantes nazis e defensores da igualdade de direitos alegadamente conotados com a extrema-esquerda.

 

Depois de ter sido criticado pela posição branda demonstrada sobre os protestos de supremacistas brancos, Trump acabou por tentar emendar a mão condenando e afastando-se deste tipo de ideologia de extrema-direita. No entanto, esta terça-feira Trump deu novo passo atrás para notar que Charlottesville "é uma história com dois lados".

 

Numa conferência de imprensa marcada pela troca de argumentos entre Donald Trump e os jornalistas presentes, o presidente americano sustentou que os confrontos foram responsabilidade de ambos os lados.

 

Primeiro disse que nem todos os manifestantes eram de extrema-direita ou nazis para depois acrescentar que estes tinham permissão para a manifestação contra o derrube da estátua do general Robert E. Lee, até aí numa praça central de Charlottesville.

 

Trump acusou mesmo os contraprotestantes de terem sido "muito, muito violentos", admitindo que tal como no outro grupo também nestes havia "muito boas pessoas" misturadas com "desordeiros" armados com "tacos de beisebol".


Seja como for e apesar das polémicas em torno da presidência norte-americana – que ao nível externo somou uma escalada de tensão com a Venezuela e o Irão à crise com a Coreia do Norte -, Donald Trump acabou por regressar a um tema que marcou o início do mandato presidencial.

 

Quando, em meados de Janeiro último, Trump chegou à Casa Branca, iniciou uma guerra, recorrendo a ameaças várias, contra as empresas que prejudicavam a economia norte-americana ao deslocalizarem as suas unidades de produção para o estrangeiro e as suas sedes para além-fronteiras por forma a pagarem menos impostos.

 


No final de Junho passado, o presidente americano já tinha centrado críticas na Amazon por não pagar "impostos de internet". Apesar de não ter concretizado a que pretendia referir-se concretamente, tudo indica que Trump estava a reportar-se ao projecto de lei "
Marketplace Fairness Act", que depois de anos de avanços e recuos foi aprovada em 2013 por uma maioria bipartidária no Senado americano e novamente aprovada em Abril pela câmara alta do Congresso por maioria similar.

Contudo, este diploma continua a enfrentar a oposição da Câmara dos Representantes, nomeadamente dos republicanos na câmara baixa, pelo que não foi ainda implementada.

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