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Tensão entre Rússia e Ucrânia: receios de "acordo de paz de curto prazo" aumentam

Rússia garante que fará "de tudo para encontrar compromissos que satisfaçam a todos", mas mantém destacamento militar junto à fonteira ucraniana. Receios de uma "paz pobre" aumentam no Leste Europeu. EUA avisam que estão "preparados" para outros cenários que não a diplomacia.

Reuters
14 de Fevereiro de 2022 às 13:22
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A tensão no Leste da Ucrânia multiplicou, nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para evitar uma invasão russa mas, até agora, ainda sem resultados visíveis. Enquanto decorrem as negociações, as tropas russas continuam estacionadas junto à fronteira ucraniana e há quem tema "um acordo de paz de curto prazo" como em 1938.

Com os Estados Unidos a avisarem que a invasão da Ucrânia pode estar por dias, o presidente norte-americano, Joe Biden, esteve ao telefone, este fim de semana, com o homólogo russo, Vladimir Putin. A conversa serviu para Biden deixar o aviso: em caso de invasão, os Estados Unidos estão "preparados" para outros cenários que não a diplomacia.

Na última semana, os Estados Unidos e os aliados da NATO enviaram mais tropas para o Leste Europeu, para defender a soberania da ex-república soviética em caso de ataque. Do outro lado, a Rússia já reuniu mais de 100 mil militares perto da fronteira da Ucrânia e lançou exercícios militares conjuntos na vizinha Bielorrússia.

A Rússia, embora rejeite as acusações de que está a preparar uma invasão da Ucrânia, afirma que só irá retirar os militares e tanques russos concentrados na fronteira mediante duas condições: a garantia de que a NATO não irá aceitar a adesão da Ucrânia a essa aliança militar e o fim das atividades militares da NATO junto à fronteira.

As várias rondas de reuniões e conversações diplomáticas entre os Estados Unidos e outros países da NATO com a Rússia não permitiram ainda desbloquear a crise na região e vários países, incluindo Portugal, já aconselharam os cidadãos que vivem na Ucrânia para que saiam do país.

Receios de uma "paz podre"
Depois de ter estado ao telefone com os presidentes francês, Emmanuel Macron, e norte-americano, Vladimir Putin garantiu que fará "de tudo para encontrar compromissos que satisfaçam a todos" e que permitam resolver a crise na Ucrânia. A garantia, no entanto, não é levada à letra por todos.

O secretário de Estado britânico para a Defesa, Ben Wallace, considera que há "um cheiro a Munique" no diálogo com a Rússia, referindo-se ao Acordo de Munique de 1938. De acordo com o tratado, a Alemanha nazi ficaria com partes da antiga Checoslováquia se essa fosse a sua última reivindicação territorial. Mas o tratado acabou por ser violado pela Alemanha nazi, arrastando a Europa para a Segunda Guerra Mundial.

Agora, os receios de que os esforços diplomáticos com a Rússia possam levar a um acordo semelhante, que fracasse na hora de evitar uma guerra, são uma das preocupações dos Estados Unidos e dos restantes aliados da NATO. A dar força a essa narrativa está o facto de a Rússia ainda não ter desmobilizado o destacamento militar que tem às portas da Ucrânia.

Esta segunda-feira, é a vez do chanceler alemão, Olaf Scholz, tentar, em Kiev e Moscovo, ajudar a desanuviar a tensão na Ucrânia. A posição relutante da Alemanha em relação a uma eventual resposta militar contra a Rússia tem sido, porém, uma das críticas apontadas à maior economia europeia, que é fortemente dependente do gás natural russo.
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