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Snowden não volta ao Estados Unidos por não acreditar na lei

O ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA), Edward Swonden, defendeu que o sistema legal norte-americano não lhe permitiria voltar ao País e ter um julgamento justo. Snowden recusou ainda ter roubado “passwords” para aceder à informação que divulgou e revelou ao Mundo as práticas de espionagem do governo dos Estados Unidos.

Bloomberg
24 de Janeiro de 2014 às 10:02
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“Penso que voltar aos Esrados Unidos seria a melhor decisão para o Govermo e também para mim (...) mas isso, infelizmente, é impossível por causa das leis actuais, que não protegem os sub-contratados do sector da segurança nacional, como eu", disse Snowden, durante uma sessão de perguntas e respostas realizada através do site freesnowden.is. Esta é a primeira vez que Snowden responde a questões depois de em Junho ter participado nu encontro on-line com leitores do Guardian.

 

O ex-analista da NSA, de 30 anos, está a viver actualmente na Rússia, é acusado de espionagem e de roubo de documentos que pertencem ao Estado norte-americano. O mes,p Snowden divulgou milhares de documentos secretos sobre as actividades de vigilância e espionagem dos serviços de informações dos EUA, que incluíam a interceptação de comunicações de chefes de Estado aliados os norte-americanos, como a chanceler alemã, Angela Merkel.

 

A revelação dos métodos que usamos para os nossos adversários pode impactar nas nossas operações de uma forma que talvez não entendamos completamente por muitos anos
 
Barack Obama

 

Snowden pensa que seria julgado por uma  “lei [que] tem 100 anos e “permite a minha incriminação”. “Não permite a minha defesa em nome do interesse público", escreveu respondendo a uma pergunta que lhe foi colocada por um jornalista através do Twitter. "Isso é especialmente frustrante porque significa que não tenho qualquer hipótese de ter um julgamento justo e nenhum meio de ser presente a um júri para me poder defender", acrescentou, na sessão promovida pela Courage Foundation

 

O ex-analista de dados defendeu-se ainda das acusações de que teria entrado nos computadores dos colegas para conseguir as informações que divulgou. “Eu nunca roubei passwords e nunca enganei colegas do exército”, adiantou, no entanto, sem revelar como obteve os dados que revelou. Snowden, na altura, trabalhava como contratado da NSA no Havai, antes de ter voado para Hong Kong quando o escândalo rebentou e

[Seria julgado por] uma lei que tem 100 anos e que permite a minha incriminação.... Não permite a minha defesa em nome do interesse público
 
Edward Snowden

posteriormente ter conseguido abrigo diplomático da Rússia.

 

Num discurso feito na semana passada, o presidente do EUA, Barack Obama, disse que “a maneira sensacionalista como essas revelações surgiram parece gerar mais calor do que luz; e a revelação dos métodos que usamos para os nossos adversários pode impactar nas nossas operações de uma forma que talvez não entendamos completamente por muitos anos”.

 

"Se qualquer pessoa que se opõe às políticas do governo revelar por conta própria informação sigilosa, então não seremos capazes de manter a salvo o nosso povo ou fazer política externa", disse ainda Obama.

 

Mas Snowden vê a questão de uma forma bem diferente, defendendo que as acções de vigilância perpetradas  pelo governo dos EUA violam a Constituição e ameaçam os princípios da privacidade. Apesar de considerar que nem toda a espionagem é má, defendeu que os governos estão a vigiar “biliões e biliões de comunicações de inocentes todos os dias”. Na óptica de Snowden, não porque seja necessário mas apenas porque com “as novas tecnologias é mais barato e mais fácil”.

 

“Penso que devíamos poder marcar um número de telefone, enviar uma mensagem ou um e-mail, e visitar uma página de internet sem que estejamos a pensar de que cada passo ficará gravado”, argumentou Snowden.

 

Entretanto, o procurador-geral de Justiça dos EUA, Eric H. Holder Jr., na passada quinta-feira, negou a hipótese de conceder imunidade a Snowden, o que impediriam às autoridades norte-americanas de questioná-lo e perceber a extensão do material confidencial a que terá tido acesso.

 

“Se Snowdem quiser voltar para os Estados Unidos, vamos nos encontrar com os seus advogados”, disse Holder durante um encontro na Universidade da Virgínia. “A possibilidade de aplicar clemência não é algo que estejamos a considerar”, sublinhou.

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