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Rússia avisa EUA para consequências do uso da força contra Irão  

O Presidente russo, Vladimir Putin, comentou hoje o caso do drone americano abatido pela força aérea iraniana, avisando os Estados Unidos para as consequências do uso da força contra o Irão.

2º Vladimir Putin, Rússia
Bloomberg
20 de Junho de 2019 às 17:52
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Na habitual sessão televisiva anual, em que responde a perguntas do público em direto, Putin disse que uma intervenção militar dos EUA contra o Irão desencadearia uma escalada nas hostilidades, com resultados imprevisíveis.

 

Para Putin, tal significaria, "no mínimo, uma catástrofe para a região".

 

O Presidente russo destacou ainda que o Irão aguentou os termos do acordo nuclear, apesar da retirada unilateral dos Estados Unidos, considerando que as sanções americanas contra Teerão são infundadas.

 

Estes comentários surgiram a propósito do caso do pequeno avião não tripulado da Marinha americana que foi abatido pela força aérea iraniana, sobre o qual, num comentário curto, feito, como habitualmente, na rede social Twitter, o Presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu: "O Irão cometeu um enorme erro!".

 

Segundo um comunicado do Pentágono, o drone foi abatido quando se encontrava em "espaço aéreo internacional, sobre o estreito de Ormuz".

 

Washington considera que a reação do Irão foi "injustificada", já que "as informações iranianas segundo as quais o engenho aéreo sobrevoava o Irão são falsas".

 

Já o Irão, através da Press TV, canal de informação em inglês da televisão estatal nacional, foi o primeiro a informar que o drone "foi abatido pela força aérea", alegando violação do espaço aéreo, na província costeira de Hormozgan, no Sul do país.

 

O comandante dos Guardas da Revolução, general Qassem Soleimani, disse que o Irão "não tem qualquer intenção" de entrar em conflito com outra nação do mundo, mas garantiu que o país "está pronto para a guerra".

 

Este incidente ocorre num contexto de crescente tensão entre o Irão e os Estados Unidos e depois de, na passada quinta-feira, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido alvo de ataques no estreito de Ormuz.

 

O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão dura há bastante tempo e a crispação aumentou desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) – e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.

 

Hoje, na já referida sessão televisiva, o Presidente russo disse estar disponível para se reunir com Donald Trump, ainda que frisando não acreditar num aliviar da tensão entre Moscovo e Washington.

 

Trump já disse que se reunirá com Putin à margem do encontro do G-20 em Osaca, Japão, na próxima semana, mas ainda não pediu formalmente um encontro.

"O diálogo é sempre bom e necessário", comentou Putin. "Se a parte Americana mostrar interesse nisso, estamos naturalmente disponíveis para o diálogo, tanto quanto estejam os nossos parceiros", acrescentou.

 

Rússia e Estados Unidos devem focar-se no controlo de armas, defendeu Putin, antecipando que, à aproximação das eleições presidenciais americanas, as relações entre as duas potências "não serão fáceis".

 

Refutando as acusações de interferência russa para favorecer a eleição de Donald Trump nas últimas eleições americanas, em 2016, Putin reconheceu, ao contrário, que a reeleição do atual presidente dos EUA tornará o aliviar da tensão entre os dois países menos provável.

 

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