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Protestos em Hong Kong levam à primeira recessão económica em dez anos

A economia de Hong Kong abrandou pelo segundo trimestre consecutivo, o que significa que o país entrou em recessão técnica. Os fortes protestos, que duram há cerca de meio ano, puseram um travão na economia do país.

Reuters
31 de Outubro de 2019 às 11:57
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Hong Kong caiu pela primeira vez na última década numa recessão técnica, depois de a economia ter encolhido, em cadeia, 3,2% entre julho e setembro deste ano, pelo segundo trimestre consecutivo, segundo os dados iniciais divulgados pelas instituições do Governo do país. Quando comparado com o período homólogo, o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 2,9%.

Os números divulgados, os mais fracos desde a crise financeira global de 2008, foram precipitados pelos protestos agressivos que se fazem sentir há cinco meses em Hong Kong e que penalizaram principalmente os setores do retalho, com muitas lojas fechadas durante as contestações, e do turismo, prejudicado pelas constantes paralisações do aeroporto e pela insegurança que se vive nas ruas do país.

Para além da queda da economia local neste período, o Governo reviu também em baixa a evolução do PIB no trimestre anterior, para uma descida de 0,5%, o que compara com a queda inicialmente avançada de 0,3%. Em termos homólogos, a revisão do Governo cortou o PIB para 0,4%, contra os 0,5% anteriormente estabelecidos.

Para o quarto trimestre as perspetivas não são as melhores, com a consultora Capital Economics a antecipar uma nova contração da economia.

"Como as condições económicas fracas travaram o sentimento do consumidor e as manifestações em larga escala causaram graves interrupções no retalho, na restauração e noutros setores, os gastos com consumo privado registaram o seu primeiro declínio anual em mais de 10 anos", disse o Governo, em comunicado.

À Reuters, fontes do Governo disseram não haver sinais de que os protestos irão estagnar, sendo provável que o investimento continue a ser afetado.

As vendas a retalho em agosto caíram a uma velocidade recorde, em termos homólogos, bem como o fluxo de entrada de turistas, que diminuiu a um ritmo que não se registava desde que a síndrome respiratória aguda afastou milhões de turistas de vários países asiáticos, em 2003.

O índice de ações local, o Hang Seng, tem sofrido com a vaga de protestos e desde que começaram desvalorizou mais de 7%.
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