Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Presidente da Ucrânia acusa Moscovo de invadir o sudeste do país

“Está em curso uma invasão das forças russas” é a justificação dada pelo Presidente Poroshenko para cancelar a sua visita à Turquia. Kiev acusa a Rússia de ter invadido o sudeste do país, onde a cidade fronteiriça de Novoazovsk já foi controlada pelos separatistas. Ucrânia pede apoio à UE e às Nações Unidas.

Reuters
28 de Agosto de 2014 às 15:15
  • 18
  • ...

Novo escalar da tensão entre Kiev e Moscovo. O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cancelou, esta quinta-feira, uma visita de Estado à Turquia depois de garantir que "está em curso uma invasão das forças russas" no sudeste do país. A preocupação face aos últimos acontecimentos levou as autoridades ucranianas a pedir auxílio à União Europeia (UE) e uma reunião urgente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas.

 

O embaixador ucraniano junto da UE, Kostiantyn Yelisieiev, citado pelo La Repubblica, pediu a Bruxelas "assistência militar em larga escala" e posteriores "novas e significativas sanções que interrompam a agressão russa". Um encontro com carácter de urgência do CS foi justificado por Poroshenko pela necessidade de "o mundo precisar de avaliar o sério o agravar da situação na Ucrânia".

 

Está em curso uma invasão das forças russas
 
Petro Poroshenko

O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk , que esta quarta-feira acusou Moscovo de estar a planear a interrupção do abastecimento de gás para a Europa já durante o próximo Inverno, revelou entretanto que as forças russas "avançaram pelo sudeste do país" o que levou a uma "deterioração substancial da situação na região". Yatseniuk pediu que a UE e os Estados Unidos procedam a um bloqueamento total da economia russa até que Moscovo interrompa a sua colaboração com os rebeldes separatistas.

 

Tanto o primeiro-ministro Yatseniuk como o  embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, garantem que Moscovo está directamente envolvida nos mais recentes combates.  "A Rússia forneceu tanques, veículos blindados, artilharia e lançadores de rockets, que se revelaram incapazes de derrotar as forças armadas ucranianas. Portanto, neste momento há cada vez mais militares russos a intervir directamente em solo ucraniano".

 

A imprensa internacional confirma que os rebeldes separatistas assumiram o controlo de várias pequenas localidades e da cidade de Novoazovsk, muito próxima da cidade portuária de Mariupol. A BBC refere que foi aberta nova frente de combate no sudeste da Ucrânia, o que aumenta o receio de que os rebeldes avancem para Mariupol, o principal porto no Mar de Azov.

 

A Rússia forneceu tanques, veículos blindados, artilharia e lançadores de rockets, que se revelaram incapazes de derrotar as forças armadas ucranianas. Portanto, neste momento há cada vez mais militares russos a intervir directamente em solo ucraniano
 
Geoffrey Pyatt (embaixador norte-americano em Kiev)

Recorde-se que Moscovo já controla, através da Crimeia, os principais portos do Mar Negro, como Sevastopol, e também o estreito de Kerch, que garante acesso ao Mar de Azov. Se Kiev perder o controlo de Mariupol fica praticamente sem qualquer capacidade militar no Mar Negro e reduz a sua capacidade comercial marítima.

 

Apesar das críticas e preocupações já demonstradas pela Europa, o Kremlin insiste que se trata de uma questão interna ucraniana e mantém não ter participado em qualquer movimentação militar, isto apesar de os rebeldes separatistas pró-russos já terem confirmado que entre 3 e 4 mil russos estão a combater no leste da Ucrânia. Isso mesmo foi confirmado pelo líder político da República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko,  que revelou a intenção dos separatistas de avançarem para Mariupol.

 

François Hollande reagiu considerando a situação de "inaceitável e intolerável". De Bruxelas seguiu a reacção da representante para a política externa europeia Catherine Ashton. A porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic, confirmou que a UE está "extremamente preocupada perante os últimos desenvolvimentos, incluindo o que está a acontecer no terreno". 

Ver comentários
Saber mais Petro Poroshenko UE Conselho de Segurança Kostiantyn Yelisieiev Arseny Yatseniuk Moscovo Estados Unidos Geoffrey Pyatt Mar de Azov Alexander Zakharchenko François Hollande Catherine Ashton
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio