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Presidente da Síria: Solução política depende do fim da "conspiração internacional" que financia os "terroristas"

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, apresentou um plano para acabar com o conflito no país, no qual admite realizar reformas políticas, mas condiciona-o ao fim da "conspiração internacional" que financia os "terroristas".

06 de Janeiro de 2013 às 16:36
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Um futuro "acordo político" para acabar com a sangrenta guerra civil que dura há quase dois anos está previamente condicionado ao fim da "conspiração internacional" orquestrada por países ocidentais e árabes que têm financiado os "terroristas", nomeadamente com armas, afirmou Bashar al-Assad (na foto), no primeiro discurso público à nação em meio ano.

 

Na Casa da Cultura e das Artes, em Damasco, repleta de apoiantes que se levantaram frequentemente, batendo palmas e de punhos erguidos, Bashar al-Assad, que governa desde 2000, adiantou que, cessadas aquelas actividades "terroristas", está pronto para ordenar o fim das operações militares do exército sírio e iniciar um "diálogo nacional" que conduza a uma nova Constituição e a eleições para um novo governo.

 

Mas, sublinhou, que enquanto do outro lado estiverem "terroristas" que respondem a "interesses estrangeiros" só resta uma resposta: a militar.

 

Aliás, o regime ainda não encontrou "parceiros" a nível interno para dar início a uma solução política e pôr fim à guerra civil que dura desde Março de 2011 e já causou mais de 60 mil mortos, segundo as Nações Unidas.

 

Ao contrário, as forças da oposição são "fantoches do Ocidente" e "terroristas estrangeiros", sendo "certo" que partilham da "ideologia da Al-Qaida", a rede terrorista criada por Osama Bin Laden e responsável por atentados terroristas em todo o mundo e contínua instabilidade no Médio Oriente.

 

"Dialogaremos com quem tenha princípios de patriotismo e não queira vender o país aos inimigos", sublinhou Bashar al-Assad. Mas, para já, o que existe é um conflito entre "a pátria e os seus inimigos, o povo e os seus assassinos", contrapôs.

 

"Os países da região e do mundo têm de deixar de financiar os rebeldes armados, para permitir que os deslocados possam regressar a casa. Logo em seguida, as nossas operações militares pararão", garantiu, vincando as excepções de Rússia, China e Irão, a quem agradeceu por não interferirem no conflito interno e "lutarem contra a ingerência" dos países ocidentais e árabes que participam numa "conspiração internacional" contra o seu regime.

 

Garantindo que não esperará que outros resolvam um conflito que é interno, Bashar al-Assad frisou que qualquer transição deve ser feita "nos termos da Constituição" e apelou à reconciliação nacional. "A nação está a ser atacada e todos devem defendê-la", instou, qualificando o que se passa no país como uma crise "sem precedentes".

 

Mas, antecipou, "a Síria é mais forte do que os seus inimigos e vai dar-lhes uma lição".

 

Sempre recusando admitir que existe uma revolta popular contra o regime, há quatro décadas dirigido pela sua família, o Presidente sírio preferiu falar dos "inimigos externos" da Síria, que têm uma "agenda para a divisão" do país, e responsabilizou as forças "criminosas" pelo sofrimento do povo sírio, que lamentou.

 

"Estamos em guerra", destacou, frisando que "defender o país é uma opção legítima e legal".

 

A última vez que Bashar al-Assad falou em público na Síria foi a 3 de Junho, perante o Parlamento, em Damasco. Em Novembro, concedeu uma entrevista à televisão russa, em que afastou a hipótese de se exilar e garantiu que viverá e morrerá na Síria.

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