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Presidente da China avisa que não há vencedores numa guerra comercial

Falando no Fórum Económico de Davos, Xi Jinping apontou baterias ao presidente eleito dos EUA e advertiu que "ninguém emergirá vencedor numa guerra comercial". O presidente chinês também apelou a que não se abandone o acordo de Paris sobre as alterações climáticas.

Reuters
17 de Janeiro de 2017 às 12:03
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Na primeira vez em que um presidente chinês falou em Davos, Xi Jinping dirigiu o seu discurso a Donald Trump avisando que não haverá vencedores numa eventual guerra comercial promovida pelo presidente eleito dos Estados Unidos.

 

Na intervenção feita esta terça-feira, 17 de Janeiro, no Fórum Económico Mundial de Davos, o presidente da China sustentou que "ninguém emergirá vencedor numa guerra comercial" e, em sentido contrário às indicações que vêm sendo dadas por Trump, Xi Jinping apelou à "cooperação" dos líderes mundiais.

 

"Adoptar proteccionismos é como alguém fechar-se num quarto escuro. O vento e a chuva podem ficar lá fora, mas também o ficam a luz e o ar", disse Xi.

 

Admitindo que a economia global precisa de melhor governança, Xi Jinping sustentou que os problemas da economia mundial não derivam da globalização. "Não faz sentido" responsabilizar a globalização por todos os problemas sentidos no mundo, afirmou identificando os conflitos e tensões regionais como causadores destes problemas. Xi Jinping ironizou dizendo que a globalização económica começou por ser vista como um tesouro encontrado por Ali Babá para ser agora vista como uma "caixa de pandora".

 

Pelo que defende ser preciso enfrentar os problemas decorrentes de uma "inadequada" governação dos mercados financeiros e actualizar as regras que enquadram o comércio e investimento internacionais.

 

Um dos problemas sinalizados pelo líder chinês são os "preocupantes" níveis actuais de desigualdade, em que 1% da população mundial detém tanta riqueza como os restantes 99%. Em relação a esta questão, Xi Jinping defendeu que Pequim tem prosseguido uma "filosofia orientada para as pessoas", políticas que garantiu terem permitido retirar 700 milhões de chineses da pobreza.

 

"Todos os caminhos levam a Roma", atirou considerando que o cerne das políticas seguidas pelo Partido Comunista Chinês pretendem reduzir a pobreza e a desigualdade no país.

 

O presidente da China não terminou a sua intervenção sem apelar aos líderes presentes em Davos a que não cessem esforços na implementação do Acordo sobre as alterações climáticas assinado em Paris no final de 2015, e que teve como principal promotor o presidente norte-americano cessante, Barack Obama.

 

Uma vez mais esta afirmação tinha Trump na mira, sabendo-se que o futuro presidente dos EUA pertence à classe de cépticos relativamente à veracidade e cientificidade do impacto da acção humana naquilo que se considera ser o aquecimento global.

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