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ONU reconfirma Guterres como secretário-geral

Na primeira e única votação formal, o Conselho de Segurança confirmou por unanimidade a indigitação de António Guterres enquanto candidato a líder da organização a apresentar à Assembleia Geral.

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06 de Outubro de 2016 às 15:35
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Já só falta um passo para que António Guterres passe a ser oficialmente secretário-geral das Nações Unidas (ONU). O Conselho de Segurança (CS) da ONU recomendou esta quinta-feira, 6 de Outubro, por unanimidade, o nome do português para candidato a líder da organização sediada em Nova Iorque. Falta agora a eleição de Guterres pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o que deverá acontecer já na próxima semana.

Depois da votação formal desta quinta-feira, o embaixador russo junto da ONU, Vitaly Churkin, que detém actualmente a presidência rotativa deste órgão, confirmou que a escolha por aclamação de Guterres "demonstra a unidade do CS" em torno do nome do português. Churkin acrescentou que Guterres poderá contar com "um apoio muito firme do CS". Questionado pelos jornalistas presentes sobre se o número dois de Guterres será uma mulher oriunda da Europa de Leste - havia uma espécie de convicção de que era chegado o tempo para uma liderança feminina da ONU, a que se aliava o facto de nunca ter havido um secretário-geral vindo do leste europeu - Churkin afiançou que "essa decisão compete ao senhor Guterres", acrescentando que "não houve acordos debaixo da mesa" sobre essa matéria.

Além de ter apostado numa agenda inclusiva e humanista nesta sua candidatura à liderança da ONU, António Guterres comprometeu-se desde logo a assegurar que irá promover a paridade entre homens e mulheres quando chamado a escolher futuros funcionários da organização. 

Depois de na passada quarta-feira Guterres ter vencido a sexta e última votação informal realizada no seio do CS, Vitaly Churkin já antecipava que o ex-primeiro-ministro português deveria ser indigitado "por aclamação" ainda hoje. Numa acção inédita, os 15 embaixadores dos países com assento no CS surgiram ontem juntos para demonstrar o apoio ao candidato que venceu todas as votações informais realizadas durante o processo.

Na última votação, o ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados beneficiou de 13 votos de "encorajamento", dois "sem opinião" e nenhum de "desencorajamento" por parte dos 15 membros do CS (10 rotativos e cinco permanentes). 

Agora o presidente do CS (Churkin) terá de comunicar por escrito ao presidente da Assembleia Geral da ONU que é António Guterres o candidato indigitado, seguindo-se posteriormente a eleição formal junto dos 193 Estados-membros da organização criada em 1945 com o objectivo de assegurar o concerto diplomático dos diferentes interesses individuais em contraposição no tabuleiro das Relações Internacionais.

Nesta votação, Guterres terá de recolher o apoio de pelo menos dois terços dos países-membros da ONU, o que é mais do que provável até porque nunca até hoje a AG da ONU reprovou um candidato que tivesse sido indicado pelo CS. 

António Guterres iniciará já em Janeiro um mandato de cinco anos à frente da ONU, sucedendo no cargo ao sul-coreano Ban Ki-moon, que cumpriu dois mandatos (dez anos). Logo depois desta votação formal do CS, o sul-coreano que se prepara para deixar a liderança da ONU telefonou a Guterres para lhe dar os parabéns (como se vê na fotografia em baixo).

(Notícia actualizada às 15:45)

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