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ONU reúne "provas credíveis" que ligam príncipe saudita à morte de Khashoggi
A Organização das Nações Unidas (ONU) fechou uma investigação de seis meses sobre a morte de Khashoggi. As conclusões relançam as suspeitas sobre o príncipe saudita, que tem negado o envolvimento no caso.
Uma especialista das Nações Unidas que investigava o caso Khashoggi, Agnes Callamard, conclui que existem "provas credíveis" que devem ser exploradas mais aprofundadamente, de que o príncipe saudita Mohammed Bin Salman teve responsabilidade no assassinato do jornalista.
Khashoggi foi "vítima de uma execução premeditada e deliberada. Um assassinato pelo qual o Estado da Arábia Saudita é responsável de acordo com a lei internacional dos direitos humanos", escreve Callarmard no relatório que resultou de seis meses de investigação. O inquérito "mostrou que há provas suficientes e credíveis relativas à responsabilidade do príncipe, exigindo mais investigação", relata.
Jamal Khashoggi foi morto no passado dia 2 de outubro, quando entrou no consulado árabe em Istambul para obter documentação para casar com a sua noiva. A Arábia Saudita começou por assegurar que o jornalista tinha saído do consulado vivo, mas depois mudou de versão e admitiu que ele foi morto na representação diplomática numa luta que correu mal. Segundo a investigação turca, Khashoggi foi morto por um esquadrão de agentes sauditas que viajaram para Istambul com esse fim.
O príncipe Mohammed ainda não se pronunciou sobre o relatório da ONU, mas tem negado repetidamente qualquer envolvimento na morte do jornalista. Riade responsabilizou 11 sauditas, que terão agido sob o pretexto de uma operação falsa, os quais serão julgados na Arábia Saudita.