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“Davos no deserto” resiste a boicote. Sauditas acordam 50 mil milhões em investimento

A desistência de vários empresários ocidentais, que preferiram não comparecer na conferência "Davos no deserto", não parece estar a afectar o sucesso dos contratos, que já contam 50 mil milhões de dólares.

Com 32 anos, é o príncipe herdeiro da Arábia Saudita e já foi alcunhado de 'reformador com mão de ferro'. Nos últimos meses, lançou medidas revolucionárias.
23 de Outubro de 2018 às 16:32
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A Arábia Saudita assinou contratos no valor de 50 mil milhões de dólares esta terça-feira, na conferência dedicada ao investimento que decorre esta semana, a "Davos no deserto". Isto apesar das várias baixas de última hora – muitos dos empresários convidados escolheram não comparecer tendo em conta a associação da Arábia Saudita à morte do jornalista Jamal Khashoggi.

O evento contaria com a presença de diversos executivos de vários sectores, mas entretanto desistiram o CEO da ABB, Ulrich Spiesshofer, Dirk Hoke, da Airbus, Christian Sewing, CEO do Deutsche Bank e Joe Kaeser, CEO da Siemens. Estes altos cargos quiseram distanciar-se do regime saudita depois de Jamal Khashoggi, um jornalista crítico do regime saudita, ter entrado no consulado saudita na Turquia, onde terá sido morto, em circunstâncias que ainda estão a ser investigadas.

Em Riade, onde a conferência decorre até dia 25, o Rei Salman prometeu consequências para os responsáveis pela morte do jornalista. O rei reuniu com a família de Khashoggi esta tarde. O príncipe Mohammed bin Salman (na foto), o efectivo responsável pelo reino saudita e recentes reformas, que já foi acusado de estar ligado ao homicídio, também esteve presente na reunião com a família de Khashoggi. Foi recebido na conferência com uma ovação de pé das cerca de 2.000 pessoas que compunham a audiência.

Também esta quarta-feira, o presidente turco, Recep Erdogan, afirmou num discurso que o assassínio foi premeditado e classificou-o como "atroz". No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita assumiu que foi cometido "um grave erro" quando mataram Jamal Khashoggi. As tensões com o ocidente têm vindo a adensar-se, com Trump a ameaçar com consequências "muito severas" se se apurar que o regime de Riade matou o jornalista.

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