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Obama justifica a inacção na Síria com “consequências indesejadas”

O presidente norte-americano, sublinha que os acontecimentos na Síria requerem “preocupação” e a “atenção americana”. “A ideia de que os Estados Unidos podem resolver aquilo que é um complexo problema sectário sírio é, por vezes, exagerada”, adverte.

23 de Agosto de 2013 às 19:15
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Em entrevista à CNN, emitida esta sexta-feira, Barack Obama disse que os Estados Unidos estão a “recolher informação”, sobre o bombardeamento com eventual utilização de armas químicas, assegurando que o incidente requer a “atenção americana”. Obama adivinha que o regime de Bashar al-Assad dificultará, pela não cooperação, o apurar do sucedido.

 

O representante máximo da Casa Branca, mostra-se preocupado com este “grande acontecimento”, e avisa que, “por vezes, as pessoas pedem acção imediata, mas isso pode não correr bem, porque mergulharmos em situações tão complicadas pode arrastar-nos para intervenções muito dispendiosas e difíceis, que na realidade, podem servir para agudizar o ressentimento na região”.

 

Quanto às opções ao alcance da Casa Branca, o porta-voz do Departamento de Estado americano, de acordo com o “The New York Times”, lembra que no caso de ser confirmada a utilização de armas químicas, o presidente “tem, seguramente, um leque alargado de opções a considerar”, sem especificar, porém, quais.

 

Entretanto a Rússia juntou-se aos Estados Unidos no pedido de colaboração do regime sírio na investigação do sucedido. Moscovo também solicita aos rebeldes sírios que garantam “caminho livre” aos inspectores, para que possam realizar o seu trabalho. Depois de uma conversa telefónica entre John Kerry, secretário de estado americano, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, concluiu-se que um “inquérito objectivo” satisfaz o interesse de ambos os países.

 

Pequim também reagiu esta sexta-feira. Segundo o diário espanhol ABC, a posição da China pauta-se por maior cautela face aos relatos conhecidos. O governo chinês quer uma “investigação objectiva, imparcial e profissional”, avisando que “antes que a investigação apure realmente os factos, todas as partes devem evitar juízos sobre o resultado final”.

 

As reacções, e posições diplomáticas, sucedem-se depois de terem sido divulgadas as imagens sobre aquilo que os rebeldes garantem ter sido um ataque, das forças fieis a Assad, com armas químicas. A oposição refere que este bombardeamento com gás sarin fez, pelo menos, 1300 mortos. Sabe-se que este número não é definitivo, porque a contabilização não está finalizada. O Governo de Damasco, pela voz do ministro da Informação, Omran Zoabi, já garantiu que as imagens, do último bombardeamento, são “fabricadas”. Por outro lado, a oposição formada pelos vários grupos rebeldes, já fez, aproximadamente, 14 denúncias de recurso a armamento químico desde que se iniciou esta guerra civil na Síria.

 

É conhecida a falta de interesse estratégico, dos Estados Unidos, em intervir militarmente no Médio Oriente. Até ao momento sabia-se, apenas, que o Departamento de Defesa americano ajudara a equipar militarmente algumas células dos grupos revoltosos que combatem o regime de Assad. Todavia, o jornal francês Le Figaro noticia na sua edição, desta sexta-feira, que dois grupos de rebeldes sírios, treinados pelos Estados Unidos, terão penetrado território sírio, pelo sul do país, “provavelmente com apoio dos comandos israelita e jordano”, com o objectivo de combater as forças de Assad. 

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