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No futuro, os protagonistas serão as pessoas. Hoje ainda não
Esta sexta e sábado, vários especialistas estão reunidos na Fundação Champalimaud para pensar os próximos 100 anos. Entre antevisões e reflexões, uma conclusão é transversal: os protagonistas da mudança, que se desenha agora, são as pessoas.
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"As crianças a nascer agora vão viver no mundo que hoje discutiremos". A observação é de Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, que recebe esta sexta-feira e sábado, 4 e 5 de Dezembro, a conferência "O Desconhecido, a 100 anos do agora", com a presença de vários prémios Nobel e especialistas das mais diversas áreas. Como será o mundo daqui a 100 anos? Quem será o protagonista? A democracia vai ser reinventada? Quais serão as novas realidades do próximo século? E o que é que isso implica no presente? Estas e outras questões estão em debate numa conferência cujo anfitrião é o antigo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
A propósito da dificuldade de prever, com certeza, o futuro, Fernando Henrique Cardoso alerta: "o que podemos fazer é especular, não como algo que espera por nós, mas como algo que ganha forma aqui e agora".
O antigo presidente brasileiro acredita que a democracia, como a conhecemos, será reinventada, com mais participação de cada um. "A internet permite isso. Como é que na prática vamos fazer isso? Vamos criar mecanismos que, ao mesmo tempo, permitam alguma forma de representatividade e acção directa e eficaz das pessoas naqueles que são os seus representantes".
Fernando Henrique Cardoso entende que, no futuro, os protagonistas serão as pessoas, mas que "hoje ainda não o são, longe disso", comenta.
Também Leonor Beleza destacou o papel do ser humano, sublinhando "a ideia de que os seres humanos são os que controlam, são os que criam, são os que devem pôr a tecnologia ao serviço de valores", acrescentando que esta "é uma ideia muito debatida no contexto de para onde é que vai a tecnologia".
Tim Berner Lee, um físico britânico criador da World Wide Web que em 1990 completou a primeira comunicação bem sucedida entre um cliente HTTP e o servidor, também marcou presença na conferência. "Temos de assumir que o mundo vai mudar. E vai mudar cada vez mais rápido", analisa.