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Morreram 12 portugueses em acidente com autocarro em França

Doze portugueses morreram quando o 'minibus' onde viajavam colidiu com um camião, na quinta-feira à noite, em Allier, no centro de França, indicaram as autoridades locais.

25 de Março de 2016 às 10:51
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Um dos mais perigosos troços da estrada nacional 79, em França, fez 12 vítimas mortais, todas portuguesas que começaram na Suíça a sua última viagem com destino a Portugal para passar a Páscoa.

O acidente que matou 12 portugueses quando a carrinha em que se encontravam saiu da faixa por razões ainda desconhecidas e foi bateu num camião em sentido contrário, pelas 23:45 de quinta-feira, aconteceu na Estrada Centro-Europa Atlântico (RECEA), considerada uma das quatro estradas mais perigosas da França, em particular nessa zona de Allier, na região de Auvergne.


Perto de 60 bombeiros, seis equipas dos serviços de emergência franceses, cerca de 20 polícias e agentes da direção interdepartamental de estradas foram mobilizados para o local do acidente durante a madrugada, onde constataram os óbitos de doze pessoas, entre as quais uma menina de 7 anos, de acordo com as informações do Consulado de Portugal em França.


A perigosidade da estrada e o grande número de acidentes levou à criação de um grupo na rede social Facebook, na qual se defende a passagem de duas para quatro faixas.


"O grupo chama-se "RCEA:4 voies pour arrêter le massacre" ("quatro faixas para parar o massacre") e denuncia na sua página que esta estrada "é um cemitério de duas faixas na [região] Saone et Loire e em Allier" , acrescentando que "há demasiado tempo que os acidentes e os mortos se acumulam, que as famílias choram e que os sobreviventes não dormem" e reivindicando "um avanço rápido de obras" no local.


O presidente da associação Dompierre Portugal, Luís Babiano, sublinhou à Lusa que "é uma estrada onde há muitos, muitos acidentes" e acrescentou que até evita passar por lá porque há "muitos camiões" e prefere "passar por aldeias pequenas".


"A estrada só tem uma via. Uma pessoa fecha os olhos e está logo na via da esquerda e foi o que aconteceu neste acidente. É um problema do Estado, não há dinheiro para fazer [mais] duas vias", declarou o dirigente associativo local.


O condutor da carrinha, que saiu da Suíça (Lausanne) por volta das 21:00 de quinta-feira e teria como destino Portugal, ficou apenas ferido e não corre risco de vida, o mesmo acontecendo com os dois italianos que conduziam o camião, que ia no sentido contrário.


Já esta manhã, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, confirmava a morte de 12 portugueses e acrescentava que uma das famílias - um homem com 39 anos, uma mulher de 28 anos e uma criança de sete anos - são oriundos do concelho de Cinfães do Douro"


Os contactos com as famílias, por parte dos serviços consulares, estão a ser desenvolvidos, disse o governante, informando ainda que "os corpos estão em câmara ardente num salão que foi preparado e disponibilizado pela câmara municipal em Moulins, na região de Lyon".


As manifestações de pesar e de condolências sucederam-se durante a manhã, incluindo os governos de Portugal e França: "Em meu nome e do Governo português expresso as mais sentidas condolências às famílias dos portugueses falecidos no acidente em França", lê-se na conta oficial do Governo português na rede social Twitter.


Na mesma nota refere-se que "António Costa expressou, em seu nome pessoal e em nome do Governo, as mais sentidas condolências às famílias dos portugueses falecidos no acidente" e que "também o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, transmitiu 'uma mensagem de condolências às famílias que veem perecer doze familiares num momento tão especial da nossa vida coletiva, que é a Páscoa'".


O ministro do Interior francês transmitiu hoje os pêsames às famílias dos 12 portugueses que morreram num acidente de viação, assegurando ainda que a investigação "lançará luz sobre todas as circunstâncias" do acidente.


Num comunicado, o ministro Bernard Cazeneuve anunciou que foi aberta uma investigação, sob o comando da "gendarmarie" (força policial militarizada), para elucidar "as circunstâncias exatas da tragédia", em que outras três pessoas ficaram feridas.


Familiares e amigos contam com um número verde para receber informações (00 33 811 00 06 03) e uma sala que está a funcionar como câmara ardente instalada em Montbeugny.

O número de emergência consular português é o (00351) 915729651.

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