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Mais liderança feminina e educação ajudariam a mudar o Mundo

Leymah Gbowee, liberiana, activista dos direitos humanos e laureada com o Nobel da Paz em 2011, defende que "a dinâmica no mundo seria certamente diferente com uma maior intervenção nas mulheres no poder".

18 de Junho de 2015 às 13:56
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"A dinâmica no mundo seria certamente diferente com uma maior intervenção nas mulheres no poder". Quem o afirma é Leymah Gbowee (na foto), liberiana, activista dos direitos humanos e laureada com o Nobel da Paz em 2011, que esta semana participou em Barcelona na segunda das três ‘Challengers Conferences for Young Leaders’, um evento organizado pela Mazda e pelo Secretariado Permanente da Cimeira Mundial dos Laureados com o Nobel da Paz.

 

Subordinada ao tema ’Liderança das Mulheres no Séc. XXI’, a conferência contou ainda com a participação da iemenita Tawakkol Karman, também ela activista e defensora dos direitos humanos, que partilhou em 2011 o Nobel da Paz com Gbowee e ainda Ellen Sirleaf, hoje presidente da Libéria.

 

Para Leymah Gbowee, natural da Monrovia, as "mulheres, pela sua própria condição estão mais conscientes das necessidades dos outros e, consequentemente, mais aptas a ajudar nos problemas de liderança, que quase sempre estão na origem da maioria das tragédias que ocorrem no mundo".

 

Gbowee, que tinha apenas 17 anos quando assistiu ao início da primeira guerra civil liberiana, em 1989, foi reconhecida pelo seu papel na defesa da paz e igualdade no seu país. Trabalhou com o assistente social e conselheira em situações de crianças traumatizadas pelo conflito armado e mobilizou uma legião de mulheres na tentativa de acabar com a guerra, o que acabou por conseguir.

 

Actualmente, está à frente da "Gbowee Peace Foundation Africa", na Libéria, que procura oferecer condições de educação e empreendedorismo para as jovens mulheres liberianas. "Não podemos descansar enquanto homens e mulheres não forem considerados iguais e livres", salientou.

 

Já a iemenita Tawakkol Karman, que nasceu em Taiz, a terceira maior cidade do Iémen, e conta actualmente com 36 anos, considera que ‘o mundo tem de mudar e só com educação o vamos conseguir fazer. Educação, educação e mais educação’, repetiu com veemência perante uma audiência maioritariamente feminina, composta por estudantes e quadros de empresas, que encheram o Mazda Space em Barcelona.

 

"A geração mais velha construiu um castelo no continente em torno das nossas liberdades e direitos, mas mulheres e homens são complementares e só unidos conseguiremos alcançar uma sociedade democrática e livre", acrescentou.

 

A activista iemenita, que como jornalista testemunhou em 1990 a unificação do Iémen do Sul e do Norte, a sequente guerra civil entre os dois lados em 1994 e os ténues esforços de paz que se seguiram feitos pela autoridade governamental do Norte, foi reconhecida pelo seu papel na denúncia dos abusos aos direitos humanos e instabilidade política no país.

 

Em 2005, criou a organização "Women Journalist Without Chains", uma organização de luta pelos direitos de expressão, liberdade e das mulheres, que ainda dirige apesar de estar impedida de entrar no Iémen.

 

A terceira "Barcelona Challengers Conference" terá lugar em Setembro e abordará o tema o "Futuro do Trabalho no Mundo".

 

* Jornalista em Barcelona, a convite da Mazda

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