Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Guterres diz que desigualdade e autoritarismo são ameaças crescentes

As crises que o mundo vive ameaçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, avisa o secretário-geral das Nações Unidas.

Israel já anunciou que vai suspender a emissão de novos vistos para funcionários da ONU no seguimento das afirmações de Guterres.
Brendan McDermid/Reuters
10 de Dezembro de 2023 às 09:47
  • ...

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou este domingo, 10 de deszembro, para a crescente ameaça que a desigualdade, o autoritarismo e os conflitos armados representam para os direitos e liberdades da população do planeta.

Guterres um fez estas observações durante o discurso pela comemoração hoje do 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"O mundo está a perder o rumo", afirmou Guterres.

"Os conflitos estão a espalhar-se com virulência. A pobreza e a fome estão a aumentar. As desigualdades estão a tornar-se mais profundas, as alterações climáticas tornaram-se uma crise humanitária, o autoritarismo está a aumentar, o espaço civil está a diminuir, os meios de comunicação estão sitiados, a igualdade de género é um sonho distante e os direitos reprodutivos das mulheres estão a retroceder", lamentou o secretário-geral da ONU.

Todas estas crises ameaçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo o responsável da ONU.

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais na sua dignidade e direitos", referiu Guterres, acrescentando que este princípio deveria ser "o roteiro para acabar com as guerras, curar divisões e promover uma vida de paz e dignidade para todos".

"A Declaração Universal dos Direitos Humanos mostra-nos o caminho para resolver tensões, exercer valores comuns e criar a segurança e a estabilidade que o nosso mundo tanto anseia", afirmou o secretário-geral da ONU.

Neste sentido, Guterres apelou para que os Estados-membros da ONU "reforcem o seu compromisso com os valores intemporais" refletidos na Declaração, especialmente tendo em vista a Cimeira do Futuro, que se vai realizar em setembro de 2024, na qual os líderes mundiais discutirão novos aspetos sociais, culturais e económicos a seguir durante a próxima década.

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, também afirmou hoje a importância do Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"Agora, mais do que nunca, é a hora dos Direitos Humanos", observou, dizendo que a Declaração "não é apenas um documento histórico, mas um testemunho vivo" da humanidade que partilhamos, "um guia intemporal".

Na opinião do Alto-Comissário, o mundo sofre atualmente com níveis de conflitos violentos nunca vistos desde o final da II Guerra Mundial, com o agravamento das desigualdades, o aumento da discriminação e o discurso do ódio, da impunidade, do aumento das divisões e polarização, além da emergência climática.

"Isto realça ainda mais a necessidade de fazer um balanço, aprender lições e delinear em conjunto uma visão para o futuro baseada nos direitos humanos. A Declaração Universal oferece uma promessa de que todos nascemos em igualdade de direitos e dignidade e um plano de ação. Este ato constitui um momento de grande reflexão para buscarmos conjuntamente soluções comuns focadas nos direitos humanos", destacou

Ver comentários
Saber mais ONU António Guterres direitos humanos guerra
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio