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Durão Barroso desmente apoio a búlgara para a ONU

O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já veio desmentir que esteja a apoiar a búlgara Kristalina Georgieva na corrida para o secretariado-geral das Nações Unidas e reiterou o apoio a Guterres.

Reuters
Negócios 11 de Junho de 2016 às 12:02
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Na sexta-feira 10 de Junho, o Euroactiv - website de notícias sobre a União Europeia - avançou que Durão Barroso apoiava a candidatura de búlgara Kristalina Georgieva ao mais alto cargo da ONU. A notícia gerou uma onda de críticas por o ex-presidente da Comissão Europeia não apoiar o candidato português, António Guterres.

 

Segundo a mesma fonte, "Durão Barroso teria aproveitado o encontro do grupo Bilderberg, que decorre em Dresden, na Alemanha, para angariar apoios a favor de Georgieva, deixando cair o candidato do seu próprio país", refere o Diário de Notícias.

 

Entretanto, Durão Barroso já desmentiu ao Expresso a informação e reiterou o seu apoio a Guterres. Na origem da informação agora refutada estará um antigo colaborador seu, actualmente próximo, como lobista, de países pró-Rússia, acrescenta o DN.

 

"O ex-eurodeputado do PSD e ex--secretário de Estado dos Assuntos Europeus do governo de Barroso, Mário David, está no centro dos acontecimentos. (…) De acordo com o Euroactiv, Kristalina Georgieva, que exerce o cargo de comissária do orçamento e recursos humanos, teria escolhido para procurar apoios, precisamente, Mário David, tido como ‘amigo’ dos países de Leste desde que foi conselheiro especial para o alargamento da UE a estes Estados, o que lhe permitiu ficar com contactos de topo de todos os mais importantes dirigentes", sublinha.

 

Segundo fontes do DN conhecedoras dos bastidores lobistas europeus, Mário David é neste momento "uma personalidade com grande influência a leste e o seu papel neste processo será determinante para uma candidatura desta região".

 

Mário David "moveu habilmente as peças do xadrez geopolítico, lançou a confusão e, principalmente, serviu fria a vingança contra Barroso, de quem já foi íntimo, devido a um processo movido por este contra o governo húngaro (por adopção de legislação contra os princípios europeus, em 2012) numa altura em que David já faria lóbi pelo primeiro-ministro Viktor Orban", diz ainda o DN, recordando que Mário David foi o responsável por toda a campanha de angariação de apoios internacionais para Barroso chegar ao mais alto cargo da UE.

 

Ao que o DN apurou, David, até ao ano passado vice-presidente do eurogrupo PPE, conta também para apoiar Georgieva, com o primeiro-ministro da Sérvia, Alexander Vucic, o qual, juntamente com Viktor Orban, terão tentado convencer o chefe de Estado búlgaro, Boyko Borissov, a desistir da candidata oficial do seu país à ONU, que é nesta altura Irina Bokova, directora-geral da UNESCO. Borissov terá refutado, contava o Euroactiv, alegando ter na sua posse informações sobre a ligação de Kristalina aos antigos serviços secretos búlgaros, conotados com a ex-URSS. 

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